O LOBO
O LOBO
Li, não sei onde, e vi também um filme, onde se atribuía ao Lobo a condição de monogâmico, isto é, ter apenas uma companheira. Mais que isso, se a loba fosse por algum motivo tirada do lobo, esse a procuraria incessantemente e não a encontrando, tornar-se-ia um solitário, procurando viver retirado, no fundo de alguma floresta ou caverna na montanha. A única forma de o lobo procurar outra companheira se daria com a morte da loba.
É estranho, pois sendo o lobo um animal irracional, movido pelo instinto, procuraria, como os outros animais, se acasalar com várias fêmeas.
Talvez, só talvez, no caso do lobo, esse teria na loba, não somente a parceira para a reprodução e para o sexo, mas também aquela amiga de caminhada, de luta pela sobrevivência, de defesa mútua ante os perigos que surgem no mundo animal, enfim de guerreira com quem divide o campo de batalha. Em sendo assim, somos obrigados a reconhecer que o instinto do lobo é muito superior à racionalidade do homem.
Não é preciso ler muito nem ver filmes para se compreender que o homem, ao procurar a sua companheira, e vice versa, procura mais a parceira sexual do que a amiga de caminhada. Ambos não estão muito interessados em dividir momentos bons e ruins, mas somente os bons; e que os perigos e problemas que surgem durante a convivência são motivo de separação e não conivência, uma vez que o seu amor é egoísta e excludente. Não são companheiros em campo de batalha, já que se preocupam mais consigo do que com o outro. O resultado são relações desastrosas que dificilmente passam de cinco anos, como atestam as estatísticas.
O lobo ,pelo instinto, “ama” a loba. O homem, racional, com a razão distorcida pelo anti-amor, ama a si mesmo.
Acho que os lobos deveriam domesticar os homens! Talvez assim houvesse mais fidelidade, amizade e amor na espécie humana.