Não importa a cor do céu
Não importa a cor do céu
Já estava entardecendo e o sol ainda brilhava feito calidoscópio colorindo ainda mais. O alaranjado marcava presença, o azul vislumbrava entre as nuvens de fogo oferecendo um belo espetáculo. Maria fechou a porta bruscamente e nem percebeu que o sol já estava se pondo, pôr-se a correr pela rua toda alvoroçada. Impaciente irritou-se com um cachorro que atravessou a sua frente. Parecia estar fugindo de algo. Seguiu caminhando por mais uns minutos ate o coreto da praça. Procurou um assento junto ao canteiro de pequenas margaridas. Seus pensamentos estavam distantes. Voltou seu olhar para o céu e descortinou aquele maravilhoso espetáculo. Lagrimas cobrirão sua face branca, que ruborizou diante os pensamentos de raiva. Como podia deixar que esses desejos fossem reprimidos por tanto tempo e até mesmo se envergonhar deles?
E o vermelho do céu, que agora fazia mais forte a deixou mais enfurecida, trouxe à lembrança o seu corpo invólucro ao dele, onde as essências tornaram luz e vida no mais profundo deleite do corpo e da alma.
Sua pele branca contrastava com o escarlate do lençol, inocência e devassidão, paixão e desejos, sublime amor.
Exposto e reverenciado por horas, até o céu se colorir para a sua despedida.
_ Pra eles não importava a cor do céu, as janelas estavam fechadas. Ele queria eternizar esse momento revivendo-o um dia por vez, mas ela na sua estupidez e covardia, saiu correndo, fugindo de tudo.
E a cor que agora predominava era o negro de sua amargura e o da noite mergulhando em sua inautenticidade.
Uma Mulher Vestida De Sol.