Solidão ou Solitude?
Agora a pouco eu estava nesta noite de sábado,
Um pouco fria, pensando , ou como diria o mineiro:
matutando, sobre a vida.
Nada de muito específico, eu pensava na vida como
Um processo, um fluxo, ou um rio que segue seu curso.
Sim, vida que se mostra : do sagrado ao profano, do belo
Ao horrível. Do complexo ao prosaico. Da vida e da
Morte. Do começo e do fim.
Enfim, com uma sensação de menino que olha para
a imensidão do céu, com um sentimento de estranheza ou
de talvez mesmo , de insignificância diante do céu estrelado.
Digo talvez, pois não sei se é a palavra
certa. Ah, mas as palavras ...
E como o rio teimoso que segue, na minha lembrança veio uma
música de Chico Buarque, chamada Umas e outras.
Canção Belíssima. Aguda, cortante, densa.
Pérola escondida do velho Chico, para muitos.
Permitam-me um pequeno recorte da música.
“ a vida é feita de um rosário que custa tanto a se acabar”.
“ a vida é sempre aquela dança onde não se escolhe o par”.
É esta a sensação. O sentimento. A necessidade que temos de
parar e escutar aquilo que mais nos assusta: a vida.
Paradoxalmente, não é a morte.
Escutar a contradição de perceber a vida como imensa e
breve. Escutar a contradição.
Ouvir a voz que nos diz que muito do que desejamos,
E buscamos, não teremos.
“ Por isso às vezes ela para e senta um pouco pra chorar”.
Canta Chico. Na canção ela para e chora. Eu, que lamento não ter choro
fácil ,escrevo uma pequena crônica, como forma de expressar
essa dança chamada vida.
E lembrando , que nem sequer escolhemos o par nessa dança.
Talvez seja um olhar triste e melancólico de minha parte.
Mestre Osho diz que existe na tristeza
uma beleza sútil.
Talvez para me justificar, prefiro concordar com Mestre Osho.
E já que a vida é sempre uma dança e que nem mesmo é possível
escolher o par. Te convido: Vamos dançar?
Paulo César Cunha
Graduado em História
Pós Graduado em Filosofia e Psicanálise.
atreu1965@gmail.com