Mania de navegar no indizível
"Tenho a mania de ficar me esbarrando no indizível.", parafraseando Hilda Hilst
E como navegar em um veleiro em meio à tempestade.
Atravesso percorrendo espaços desconhecidos, águas profundas baseando atmosferas inatingíveis
E como o vazio de uma existência ainda não tocada pela natureza
Então, eu abro uma folha em branco, imagino o infinito e saio pintando com aquarela e avançando todos os limites de minha pele.
Saio de minhas estranhezas e invado toda vizinhança da minha consciência.
Encontro enfim o grande Mar
Mergulho em mim sem saber nadar.
Ali descanso em silêncio.
Escuto a voz do vento, a chuva desaba no coração. Trovões de pensamentos me ferem...velejo devagar. Então, tudo emerge como a aurora boreal.
Toda cidade aparece, as ilhas estão em paz.
Desço na estação e chego onde sempre sonhei.
Verbo infinito
Movimento delineador primaveras