O que será da nossa primeira vez?

Creio que essa seja a pergunta de todos nós antes de aventurar-nos em diversas situações da vida, antes de dirigir a primeira vez, de andar de bicicleta, do nosso primeiro beijo.. mas no nosso caso, como é a primeira viagem de moto?

PERFEITA!

Muitas pessoas me perguntam qual a graça de ficar sentado numa moto por horas e horas, se dói o bumbum ou as costas entre outras coisas, mas ninguém me pergunta: Qual a sensação?

A dor acontece sim, isso não é nenhum mito, mas a vontade de chegar, a maravilha de ver e fazer parte de paisagens incríveis me faz esquecer quaisquer que sejam os empecilhos e obstáculos. A sensação de poder pilotar uma motocicleta nas estradas, sentir o vento no rosto, saber que você tem potencial para alcançar aquilo que almeja, aaaah, isso não tem preço.

Minha primeira viagem foi partindo de Belo Horizonte – MG para o Rio de Janeiro – RJ, uma viagem relativamente curta onde a distância total foi de aproximadamente 500 km.

Uma semana antes estávamos combinando eu e mais três amigos de irmos para o Rio de Janeiro de moto, estava super empolgado pois seria minha primeira aventura sobre duas rodas e, quando chegou na noite anterior da viagem um casal cancelou e minha aventura até então estava encerrada. Dormi bem chateado aquela noite e, pela manhã, tive uma luz que me disse:

“- Não se prenda às pessoas para realizar os seus sonhos”,

e pensando nisso liguei para uma amiga e disse: -Vamos pro Rio de Janeiro agora? E ela me surpreendeu com um SIM e então, naquele momento eu falei pra ela se arrumar que em 20 minutos estava passando na casa dela.

Foi ai que minha jornada começou, peguei minha Fan 160 cc busquei minha amiga e pegamos estrada às 11h da manhã do dia 15 de novembro de 2018, fizemos 2 paradas no caminho para comer, ir ao banheiro e chegamos ao nosso destino às 18h mas mal sabia eu que ali começara de verdade a minha aventura.

Chegando na cidade do Rio fomos procurar um Hostel para passarmos a noite e, assim que encontramos, perguntei sobre a existência de um estacionamento próximo e fui indicado à um e quando fui guardar minha moto fui surpreendido com um barulho muito estranho nela e nesse momento o medo começou a me corroer por dentro, pois estava sem dinheiro, sem parentes por perto e bem longe de casa.. Então pensei: Não adianta nada ficar preocupado, Deus me abençoe e vamos curtir minha viagem.

Moto estacionada, estadia paga estava na hora de começar a curtir, passeamos bastante, comemos bastante, conhecemos várias pessoas e graças a Deus foram todas muito boas e tornaram essa viagem única, com direito até a uma crise alérgica que me empolou todo dos pés à cabeça, mas são obras do acaso.

Após dois dias de muita curtição era hora de pegar estrada de volta pra casa com minha fiel escudeira que estava com aquele barulho que me amendrotava a cada quilometro percorrido.

Fizemos uma viagem maravilhosa de volta e, assim que entramos em Belo Horizonte, ao fazer uma conversão à aproximadamente 10 km/h, minha corrente da moto arrebentou, eu não sabia se sorria ou se gritava de alegria, se chorava de felicidade por saber que Deus me levou até próximo de casa em alta velocidade e deixou isso me acontecer quando o perigo era quase nulo. Foi até bom que me fez ver a importância de uma boa revisão antes de pegar estrada para viajar.

Consegui empurrar minha moto até chegar em minha casa e, chegando lá tive um último desafio: Contar para meus pais que havia viajado de moto.

Medo fluindo de dentro, suor escorrendo frio até que o grande momento chegou: Pai, Mãe, tenho que contar uma coisa, fui pro Rio de Janeiro de moto sem nenhuma experiência.

Após uma olhada de quem queria me esganar de meu pai, um olhar de preocupação de minha mãe, tivemos uma boa conversa e rimos bastante de todos os acontecimentos durante minha viagem.

Foi incrível, descobri uma paixão que estava escondida dentro do meu coração e decidi que faria de minha vida uma eterna viagem, colecionando cada momento como meus maiores troféus.

Finalizei a noite dizendo: Pai, Mãe, a próxima será para São Paulo, mas isso é uma história para um outro dia!

Gustavo Passos
Enviado por Gustavo Passos em 13/08/2019
Código do texto: T6719307
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