Maldade

O que você entende por maldade?

Todos nós, em algum momento da vida, já desejamos o mal de uma pessoa em algum tipo de grau, menor ou maior, depende do que essa pessoa nos fez. Esta mentindo quem, em algum lugar da vida, já não sentiu isso, já não desejou isso, mas esse é um pensamento comum, é normal, vem aquela raiva e, depois, passa, aquele sentimento se esvai. Eu quero falar sobre a maldade gratuita.

Há pessoas que fazem mal aos outros por causa da cor da pele, da opção sexual, política, religiosa. Há gostos para tudo. Nos tempos atuais, quem tem uma opinião diferente de outra pessoa, já é motivo suficiente para ser atacado, basta ver as redes sociais. Há pessoas que julgam as outras por um esteriótipo, as veem vestidas de uma maneira e pensam que são um determinado tipo de gente e aí, já se inclinam a atacá-las. Isso é um tipo de maldade gratuita.

À agressão a moradores de rua que são espancados e até queimados, mas por que essa violência gratuita? O que leva a pessoa a atacar, humilhar seu semelhante sem motivo algum?

Conheço vizinhos que ergueram um muro para não ter contato com a família do lado, em contrapartida, a do "lado", ergueu um muro ainda maior. Mas quem ofendeu primeiro? Uma pessoa, certa vez me disse: "se você quer o mal de uma pessoa, deseje a ela um mal vizinho". E isso é verdade.

Há a maldade gratuita nas escolas, o famoso bullying, que causa traumas nos afetados por toda sua vida, sendo necessária até uma ajuda psicoterapêutica.

Por que o ser humano age assim? Qual o tipo de prazer mórbido tem uma pessoa em ver ou fazer seu semelhante sofrer?

Confesso que eu mesmo tenho ódio de certas pessoas, mas todas elas me fizeram o mal. Ódio pode ser uma palavra forte, mas o que sinto é normal, mas sei que guardar ressentimentos não faz bem a ninguém.

Você que está lendo este texto, com certeza, já foi vítima de alguma maldade em seu ambiente de trabalho, em seu ambiente de estudo, na rua ou até mesmo em casa, por algum familiar. Alguma discussão, algum mal entendido. Com certeza, quando veio a raiva, também veio o pensamento da maldade, de querer que aquele que o atormentou sofra e pague pelo que está lhe fazendo. Mas repito, essa é a raiva comum, que qualquer pessoa sente, isso nós podemos entender.

O que não conseguimos entender é a maldade gratuita. O ser humano atacar o outro simplesmente porque não gosta dele, mas, ele, nem o conhece. Por que o ataca, por que fala mal, por que o persegue?

Muitos dizem que querem a paz, mas a forma dessas pessoas de conseguir essa "paz" é através de mais maldades. A paz é tão boa e tão simples de se conseguir, basta não fazer nada, não fazer nada contra o seu semelhante.

Temos tantos problemas causados pelos outros. Quantos problemas você tem na vida que é causado por uma outra pessoa? Parece até que a convivência se tornou impossível.

Será que pra maldade não há cura? O ser humano é inclinado ao mal desde que Caim matou Abel, por inveja? Não quero generalizar, de forma alguma, a grande maioria das pessoas são boas, mas, como todas, nutrem uma pequena porção de maldade, faz parte do caráter do ser humano. Alguns dizem que isso é preciso para a evolução.

O problema são os outros, os descontrolados, os perdidos, aqueles que foram dominados pela maldade como se fosse uma doença. Uma doença que tem vários níveis.

Algum de vocês, seriam capazes de bater em alguém por ter lhe dado um olhar atravessado na rua? Desejaria a morte de alguém porque recebeu uma fechada na rua enquanto dirigia? Porque um motoqueiro arrancou seu retrovisor?

Você desejou isso no momento, mas, no instante seguinte, esse desejo foi embora e a raiva sumiu?

Parabéns, você ainda é daquelas pessoas normais, só temos que tomar cuidado para não cruzarmos a tênue linha da simples maldade para a maldade gratuita.

Robert Phoenix
Enviado por Robert Phoenix em 04/08/2019
Código do texto: T6712334
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