Fim de festa.

A primeira coisa que eu podia pensar naquele momento era que o céu nunca parecera tão bonito. Cheio de tons rosados e tão vasto. Logo a frente algumas arvores me impediam de ver mais além, mas as nuvens diluídas no céu estavam lá, boiando em um mar de ar, banhadas nos primeiros raios do sol.

Só eu via toda aquela beleza enquanto fumava meu cigarro, deitada desconfortavelmente dentro daquele carrinho de supermercado. Ainda podia ouvir a musica rolando dentro da casa, resquícios da festa. Lembro que me empurraram pra fora, antes de vomitarem e me deixarem aqui, na calçada. Foi uma ótima festa, mas aqui, agora, fumando meu cigarro... comigo mesma, com certeza foi a melhor parte.

No meio das nuvens, três estrelas se acendem, junto com meu cigarro quando o trago, e as estrelas se movem quando puxo a fumaça e a prendo nos meus pulmões. Observo, sem me mover, enquanto aquelas luzes fazem suas acrobacias no céu, como em um circo, a musica de fundo formando um show. Mas elas se aproximam, mais e mais. Vejo que as luzes de cada uma se transformam em muitas, coloridas, agrupadas, e finalmente começo a me perguntar o que estou presenciando ali. Mas como em um sonho, as luzes se vão, como em um tiro de luz, e solto a fumaça presa em meus pulmões.

Me sinto relaxar... e trago outra vez.