Copa América 2019

O Campeonato Sudamericano de Fútbol ou, em português, Campeonato Sul-Americano de Futebol teve início com o torneio realizado na Argentina entre 2 e 17 de julho de 1916, em comemoração ao centenário de sua independência, tendo como participantes Argentina, Chile, Uruguai e Brasil. O Uruguai ao empatar em 0 a 0 com a anfitriã Argentina tornou-se o primeiro campeão.

Ainda no ano de 1916 as Confederações de Futebol do Uruguai, Argentina, Chile e Brasil fundaram a CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol), ou CFS, que posteriormente incorporaram Paraguai, 1921, Peru, 1925, Bolívia, 1926, Equador, 1927, Colômbia, 1936 e Venezuela, 1952. Suriname Guiana e Guiana Francesa se afiliaram a CONCACAF – Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe.

Em 1975, o Campeonato Sul-Americano de Futebol passou a ser chamado de Copa América. É o torneio mais antigo e o terceiro mais importante do mundo, atrás apenas da Copa do Mundo e da Eurocopa. Em 1984, a Conmebol adotou o rodizio, ou seja, o direito entre as 10 confederações de sediar a Copa América. Desde de 1993, a competição tem o formato atual, com as 10 equipes usuais, mais uma da América do Norte e outra da Ásia. E a partir de 2007 o torneio passou a ser disputado a cada 04 anos, com exceção do Centenário em 2016, que foi realizado nos EUA, e que contou com 16 equipes.

O Uruguai é o maior vencedor com 15 títulos, seguido por Argentina, 14, Brasil, 8, Paraguai, 2, Chile, 2, Peru, 2, Colômbia, 1 e Bolívia, 1. Equador e Venezuela ainda não venceram. O México com 2 vices, 1993 e 2001, é a equipe que mais venceu entre as convidadas. O Brasil foi campeão em 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007. A maior surpresa do Brasil foi na Copa América de 2001, na Colômbia, quando perdeu para Honduras, país da América Central, por 2 a 0. O técnico era Luiz Felipe Scolari, que se redimiu no Mundial em 2002.

Desde 2007 o desempenho de nossa seleção não é bom, é frustrante. Fracassamos em 2011, 2015 e 2016. Em 2011 fomos eliminados pelo Paraguai nas quartas de final nas cobranças de pênaltis por 2 a 0 depois de 0 a 0 no tempo normal. Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred amarelaram nas cobranças. Em 2015 fomos eliminados novamente pelo Paraguai nas quartas de final nas cobranças de pênaltis por 3 a 4, depois de 1 a 1 no tempo normal, com um gol de pênalti cedido por Thiago Silva, que ao subir para cabecear tocou a mão na bola. E em 2016, ficamos na fase de grupos ao perdermos para o Peru por 1 a 0, com um gol de mão do atacante Ruidíaz. Derrota esta que custou o cargo do técnico Dunga.

Neste ano de 2019, entre os dias 14 de junho e 07 de julho, o Brasil sediou a 46ª Copa América pela 5ª vez. Na fase de grupos, venceu a Bolívia por 3 a 0, empatou em 0 a 0 com a Venezuela e venceu o Peru por 5 a 0. Nas quartas de final empatou em 0 a 0 com o Paraguai, mas nas cobranças de pênaltis venceu por 4 a 3. Na semifinal passou pela Argentina por 2 a 0. Mesmo sem Neymar, o principal jogador, que se contundiu no primeiro jogo, o técnico Tite encontrou um esquema tático convincente. E depois de 12 anos, o Brasil se classificou para uma final, para enfrentar o Peru que venceu o Chile (último campeão) por 3 a 0.

A disputa pelo 3º lugar aconteceu no sábado (06) entre a Argentina e o Chile. A Argentina venceu por 2 a 1. Foi um jogo disputado do começo ao fim, e que ficou marcado pela expulsão do argentino Messi, melhor jogador da atualidade, e do chileno Gary Medel, que se estranharam após um lance de falta. Messi alegou ser injusta a sua expulsão, pois apenas se defendeu dos empurrões e cabeçadas de Medel. É a segunda expulsão de Messi na seleção da Argentina e na carreira, já que nunca fora expulso no Barcelona.

No domingo (07), o Maracanã estava lotado com mais de 70 mil torcedores para assistirem a final inédita entre Brasil e Peru. Embora o Brasil havia vencido o Peru de goleada na fase de grupos não era favorito. O Peru assim como o Brasil cresceu durante a competição com um esquema tático mais defensivo e com contra-ataques eficientes. Diferente do primeiro jogo, o Peru entrou com uma forte marcação e maior posse de bola. Mas num contra-ataque, Gabriel Jesus avançou pela direita, se livrou de três marcadores e cruzou na pequena área para Everton livre abrir o placar. O Peru não se abalou com o gol sofrido. Thiago Silva ao tentar defender uma bola caiu e tocou-a com o braço (esquerdo) de apoio e o juiz marcou o pênalti. Os jogadores reclamaram e o Var foi acionado, mas o juiz confirmou o pênalti. Guerreiro marcou e empatou. Pouco antes do intervalo, Gabriel Jesus recebe de Arthur e da meia-lua chuta no canto direito, sem chance para o goleiro Gallese. Aos 24 minutos do segundo tempo, Gabriel Jesus recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Com um a mais o Peru fica ameaçador, e Tite reforça a defesa. Nos últimos minutos, Everton é derrubado na área e o juiz marca pênalti. Os peruanos reclamam que foi uma jogada de corpo ou de ombro e o Var é acionado novamente. O juiz confirma o pênalti; e Richarlison chuta forte e faz 3 a 1.

A novidade desta Copa América foi a utilização do VAR – em inglês, Video Assistant Referee -, ou Arbítrio de Vídeo, oficializado pela FIFA, com o objetivo de analisar e auxiliar as decisões tomadas pelo juiz principal e, desta maneira, evitar as injustiças como gol de mão, falta inexistente e bola que não entrou no gol. O VAR é uma inovação de outras modalidades, como o voley e o tênis. Ainda está em fase de aperfeiçoamento. Nesta Copa houve muitas reclamações sobre o VAR, em não ser acionado ou não interferir nas decisões dos juízes, inclusive com as reclamações do Messi de que a Argentina fora prejudicada contra o Brasil. Pelo visto, os erros de arbitragem devem continuar, embora numa porcentagem menor. Não ter erro é impossível, porque na vida nada é perfeito, inclusive o VAR.

Goiânia, Goiás, 08 de julho de 2019

Por Alonso Rodrigues Pimentel

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 08/07/2019
Reeditado em 08/07/2019
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