Depois de descobir

Por um momento o tempo parece que parou, diante dos fatos o olhar quanto pelo descobrimento causou um delicioso e assustador estremecimento de vida. E isso se repetiu outras tantas vezes, e esses pensamentos dominava iluminava os dias, enchendo-o com a maior vontade de viver, também com a descoberta tudo poderia se eclipsar e encher sua alma com a pior vontade de viver. Daí adveio os dois principais modos de existir: um que se fazia sentir completamente vivo, com uma voracidade lírica pela vida; outro que o transformava em uma lenta marcha do mundo, morno como um sobrevivente dia após dia pelas sarjetas fastidiosas do emprego e do salário e do pagamento das contas. Como esquecer algo que pode tirá-lo ou devolver a vida instantaneamente? Nada disso é mais poético que político, desses dois modos de viver vem uma postura de vida mais ou menos potente para encarar os “pequenos” fascismos que se multiplicam nesses tempos. Tudo pode parecer uma questão pessoal e estética, mas desde que ocorreu o descobrimento os efeitos desses abalos de vida que “certos olhares” podem ocasionar, descobriu que iria ter que lutar para sobreviver mesmo que isto viesse a irritar alguém. Jamais procurou se preocupar com os olhares atravessados sem estribeiras, mas sabia que sempre terá um olhar de amizade cujos encantos o deixaria ardente pela vida, ainda que depois de ter perdido toda aquela beleza física, podia mostrar um “jardim” de primavera no seu interior.

Jova
Enviado por Jova em 01/07/2019
Reeditado em 01/07/2019
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