Ternas manhãs
Madrugada de muitos anos atrás. Escrita dorida. E eu queria céu, lua, brisa, viço, vida. Teimava a dor a me atormentar. Meu Deus...quão tristonhas e acolhedoras são as madrugadas. E ali por mim passaram uns versos. Puxei-os pelos pezinhos nasciturnos e birrentos. Lindos!!! Dois olhinhos rasgados e negros..num rosto sábio e menino a indagar da vida com toda a força dos sedentos pelo conhecimento aprofundado do além entendimento. Moça linda! Qual a filha dos meus maternos sonhos. Entabulamos doce comunicação. Sobre o que falamos? Ah, nem me lembro... tanto! Acho que...mútua admiração. Sim, elogios e luas..judeus e guerras. A vida e a morte. Nossas feridas..nossos cortes. Uma menina forte..dotada de espantosa sensibilidade e rara inteligencia. Fez-se leve o dia...brisas vieram à minha porta. Ganhei a rua doce e fria...na busca do pão quentinho. Minha Fafá ainda existia e alegre eu ouvia seu au au de Bom dia...
Já então ninguém é o mesmo..quando Deus faz ternuras. E foi com gratidão que fotografei uma flor aqui..outra acolá. Saudei a nova amizade! Perfeita..como a filha que eu sempre quis ter. Obrigada! Obrigada Deus..que coloca os seres em solidão..para que se deem as mãos!
Dorothy Carvalho