MOSAICOS, AO AMIGO BERNARD.

Mosaicos, arbitrar o arbítrio. De um lado o inevitável, a patologia, a insanidade, intransponível, de outro a possibilidade de contornar o mapa genético que a ancestralidade não ajuda, a burrice. Os esforços ajudam alcançar pouco para melhorar.

Crescer no útero, se alimentar, incógnita para o ato de inteligência definir, nascer e inalar oxigênio, e começar chorando, vertendo lágrimas. Por quê? Seria por ter que um dia fazer escolhas?

Elas serão inevitáveis, é o curso da existência e teremos e nos veremos: “no decorrer da vida..prever o delta seguindo o curso do abstrato, tateando, subindo, descendo, aprendendo ....e o burro não terá sucesso em mudar da resistência para a seletividade (para reconhecer a lei de Spencer) e o louco ..irá exagerar..”, como refere você situando essas personalidades, uma com capacidade civil outra não, mas assemelhadas pelo processo do avitismo, do qual ninguém pode escapar. Como na ancestralidade de Huxley.

O burro que se perdoa não é culpado, carrega a mácula. É um copista frenético e compulsivo, não tem ideias próprias embora ache que sim. Suas atuações nascem do cromossoma que o originou, processo que não teve como interferir. Por isso exculpado. Foi sua ambiência de chegada, o caldo de ancestralidade. Difícil a mudança, não se muda a própria natureza, se paga por ela, essa é a equação;sofrer.

Creio, e o burro nunca será sadio, sofrerá mais do que o louco, pois esse vaga do não ser ao nada, o outro sofre do ser ao não ter sido, que lhe traz todos os pecados capitais, depressão e infelicidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 14/06/2019
Reeditado em 14/06/2019
Código do texto: T6672922
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