Diário de Bordo (Um banho frio pra espantar a mofina)

Diário de Bordo (Um bom banho frio espanta a mofina)

Passei, desde sexta feira a noite, momentos bem chatos, com direito a uma enxaqueca que, pra mim, coisa bem rara, tão rara que não consigo me lembrar da última vez em que fui abalroado por essa desinfeliz.

Bem. O certo é que me pus a procurar os presumíveis motivos que me nocautearam por dois dias, até mesmo por precaução, pois sigo a lógica animal: se não se sente bem, procure ficar bem quietinho, entocado mesmo.

Na minha busca pelas causas da queda do sistema imunológico entrou até uma prosaica moqueca de dourado, com muito dendê como e praxe aqui na Bahia, passando por excesso de trabalho e um surto de gripe que está infestado a região,não deixando nenhum indivíduo sem tomar a sua parte neste latifúndio gripal.

Após o período mais agudo da enxaqueca resolvi, nesta segunda feira, ir até Ilhéus, levar uma muda de bálsamo para meu amigo Djalma. Não foi uma tarefa fácil, mas eu tinha de sair da toca para recarregar o meu tablet e privar de momentos de boa prosa.

Caminhando num ritmo que qualquer tartaruga faria muito melhor, venci, mais aos barrancos que aos trancos, os dois quilômetros e meio que separam Pasárgada de Olivença. Vocês não fazem ideia do meu júbilo ao ver apontar o ônibus pra Ilhéus, assim que cheguei no ponto! A enxaqueca estava atenuada, mas a sensação de corpo dolorido persistia, e eu ainda me deliciava por não estar gripado...

Depois de carregar o tablet e almoçar, fazendo ouvidos moucos ás muitas recomendações de medicamentos feitas pelo meu amigo, me toquei nos rumos de Olivença, passando antes por um supermercado e me reabastecendo de alguns víveres. Já estava eu, então, me sentindo bem mais animado do que na ida, e nem uma chuva fina fina me assustou ou sequer me deteve a caminhada em busca da segurança e conforto da minha toca.

Então pensei com meus botões: se minha temperatura corporal está alta, tomar um banho no Cururupe e me agasalhar seria a melhor pedida. Do pensamento à ação foi, literalmente um pulo, e só tratei de proteger a cabeça para que não fosse atingida pela água.

Santa água gelada do Cururupe, que mandou pra pra bem longe de mim, a mofina que me incomodou por tanto tempo.

Enfim, este escriba sertanejo se encontra lépido e serelepe, e sequer se lembra desse terrível abalroamento.

(E eu que não sabia que essa água do Cururupe também lava as dores do corpo e da alma...)

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 11/06/2019
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