Amizade verdadeira
Conversa da viagem de volta de SC, num dia de muita chuva: “... a gente sofre nas relações de amizade, acho até que mais do que num relacionamento amoroso...”.
José acredita que teve somente dois ou três amigos verdadeiros e que desses, dois se afastaram e um faleceu; eu disse que tive e tenho mais amigos (as) verdadeiros, mas que da época de adolescente, tive um do peito mesmo, de fé, camarada, que ouvia meus choros e me consolava. Acredito até que o afastamento se deu por amor não correspondido.
Dai vem à pergunta: - amizade verdadeira acaba?!
Segundo consta, a amizade acompanha as relações humanas desde sempre. De todas as definições lidas (no tio Google), fico com esta:
*Fruto do hábito e da vontade, a amizade, segundo Aristóteles -- que a eleva à categoria de virtude -- é uma disposição permanente que decorre de uma escolha livre e recíproca. Além disso, o outro é amado por ele próprio e não por um cálculo mais ou menos egoísta: Aristóteles desqualifica as amizades estabelecidas com base na utilidade ou simples prazer.
Esta concepção muito forte da amizade encontra-se em Montaigne: «Na verdadeira amizade, diz ele, dou-me ao meu amigo mais do que dele quero para mim.» Sob esta forma, a amizade é considerada desde a Antiguidade como a própria expressão da felicidade.*
A Amizade tem sinônimos, mas também tem antônimos!
Com isso, clareio um pouco minha mente sobre quantos amigos (as), tive e ainda tenho e confirmo aquela máxima, que “amigo (a) verdadeiro conto nos dedos das mãos e, provavelmente, não vou precisar usar os dedos dos pés”. Tive e tenho sim bons parceiros e colegas, que me trouxeram e trazem felicidade nos vários grupos que participei e participo (festas, trabalho, estudos, esportes...) e, por vezes, me emprestaram e emprestam seus ombros para aquele chorinho básico.
E a pergunta que não quer calar, se a amizade verdadeira acaba, persiste.
Pra mim, ela pode ficar distante, mas nunca, jamais, esquecida. Se alguém diz que uma amizade verdadeira acabou, é porque ela nunca existiu foi somente uma parceria, um coleguismo! Tá, mas eu acreditava que essa amizade era verdadeira! Neste caso, como acontece em todo relacionamento humano, será que a minha verdade é a mesma verdade da outra pessoa?! Ai complicou...
Quem escreveu o velho ditado “amigo são meus dentes e, por vezes, eles mordem minha língua, minhas bochechas”, sabia o que estava escrevendo.
Numa posição otimista e por acreditar muito nos meus amigos (as) verdadeiros, entendo que devemos estar sempre preparados para as surpresas da vida. Afinal, ser humano é ser humano, com toda sua roupagem, bagagem e virtude de ser humano!
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