Pesquisar, Eis a Questão!
Pesquisar é um procedimento exaustivo que requer inteligência, aplicação, método, zelo e concentração de espírito, suficientes à obtenção do êxito da investigação pretendida.
A pesquisa é produto da reflexão e do conhecimento humanos. Hoje em dia, pesquisa-se sobre tudo: saúde, trabalho, costumes, tendências, modos de vida das pessoas e até sobre a importância da língua inglesa face a outros idiomas nacionais. Neste particular, nem seria necessária tal investigação, pois a língua inglesa é um dos principais meios de comunicação universal.
Mediante resultados positivos apresentados por institutos do gênero, o empreendedor encoraja-se a viabilizar seus projetos econômicos, resultando daí o crescimento da economia e da renda da população de um país.
Existem pesquisas e pesquisas, o que significa dizer, verdadeiras e falsas. Sites e aplicativos cibernéticos infestam computadores e celulares, transmitindo boas e más notícias. As pesquisas entre elas.
Não raro, a verdade é falseada pela mídia ao extremo da sensatez. Produtos oferecidos pelos meios de comunicação contêm falsas informações, maquiadas para facilitar as vendas. É custoso acreditar que o consumidor os adquira simplesmente por ser apresentado por gente famosa, excessivamente remunerada, elevando, assim, o custo do bem a patamares insuportáveis.
Na política, a verdade transforma-se em mentira e vice-versa. A fidelidade é desconhecida do homem público, nossa vergonha e desalento. Travestido de duvidosa honradez, o político mente e rouba. Rouba e mente, numa sequência interminável e obscena.
Concluo este texto ainda falando sobre pesquisa. Esta foi obtida ao vasculhar os meus alfarrábios, neste período em que escrevo crônicas de humor para enfeixá-las em próximo livro.
Conforme disse em outras oportunidades, costumo apropriar-me do desfecho de certas piadas para produzir crônicas humorísticas. Eximo-me de citar as fontes em virtude de ter gravado na memória apenas o teor das lorotas, já de domínio público.
Certa enquete, realizada a nível internacional, destinou-se a aquilatar a opinião das pessoas sobre a fome que grassa em diversos países. A pergunta dirigida ao entrevistado foi feita nos seguintes termos:
– Por favor, qual a sua honesta opinião sobre a escassez de alimentos no restante mundo?
Eis o resultado:
Os europeus não sabiam o que era "escassez"; os africanos não conheciam "alimento"; os argentinos ignoravam a expressão "por favor"; os americanos olvidavam-se de conhecer os dizeres "restante do mundo"; os cubanos pediram explicação sobre o significado da palavra "opinião"; e os políticos brasileiros sabiam, perfeitamente, que a palavra "honesta" não consta do seu vocabulário.
Conclui-se, portanto, que as pesquisas são escassas; alimentam dúvidas; são obsequiosas com quem as contrata; não abrangem grande universo de pessoas; têm opinião própria; e nem sempre são honestas. Igualmente ao homem público brasileiro, verdadeira escória da política nacional.