Episódio 28 - Minha vida em Brasília: Dar aulas, cuidar da casa e da filha eram tarefas consolidadas. Eu fazia tudo com desenvoltura e ainda sobrava tempo para atender aos meus alunos em casa, que iam ter aulas gratuitas de reforço ou simplesmente brincar com minha filha. Essas eram as únicas visitas que recebíamos. Eu sentia falta de amigas. Um dia convidei uma colega para ir tomar café. Meu marido reagiu mal. Quando comecei a ir para a Faculdade, ele passou a ter reações ríspidas porque não concordava que eu saísse à noite. Nessa época não eram oferecidos cursos diurnos, exceto na UNB. Comecei a faltar às aulas e acabei desistindo do Curso. A situação entre nós foi ficando cada vez mais complicada, com diversas ocorrências desagradáveis e até arriscadas. Descobri que ele ingeria psicotrópicos misturados com álcool, causando-lhe reações imprevisíveis. Nessa época, o único meio que se podia recorrer para evitar um desfecho trágico era a Delegacia de Polícia mais próxima.Registrava-se a ocorrência. Dias depois o casal era convocado para esclarecer o incidente. Percebendo que ele estava abatido, o delegado me mandou esperar lá fora para conversarem a sós. Na saída ele me pediu perdão e eu retirei a denúncia. Mas a paz durou pouco. Com a agravamento do situação, mudei-me com minha filha para a casa dos meus pais, e contratei um advogado.