Ai Brasil.
Há muitos dias navegando mar à dentro, pelo túnel do tempo foram parar nos anos das grandes navegações, eu até que tentei avisa-los mais não me escutaram, falei que não era voltando no tempo que conseguiriam chegar ao Brasil, essa história já aconteceu e olha no que deu, vejam que balburdia que se encontram essas terras hoje, antes deixassem que esse povo desenvolvesse nos costumes indígenas desses tempos primitivos, mas vocês sabem como são os portugueses; teimosos...
- patrãozinho, patrãozinho, tem índias peladas lá naquelas matas virgens...?
- lógico que tem, e muitas, mas não queira avançar o sinal vermelho, se não esses caciques dessas tribos lhe cortam esse seu minúsculo bilau...
- aí não patrãozinho, aí você me desanimou, vou só olhar mesmo e ficar só na imaginação.
- se contente com suas bronhas que essas índias sem vergonhas não se come com pamonha... Agora corre e suba no mastro da caravela, dê uma visualizada nos arredores, veja se aproxima alguns piratas ou ataque adversário, tome a luneta, vamos logo, vamos logo marinheiro mole, Nanico..
- estou indo, estou indo, aí caramba, não gosto de subir nesse mastro, é muito alto e no que balança a caravela me dá uma tonteira, parece que vou cair... Mas o patrão mandou tem que acatar as ordens, se assim não fora tem uma porção de tubarão esperando um petisco de carnes humanas, eu não estou nessa.
  
- oh gajo... Que estares a observar nessa luneta aí dos altos? Tens algo importante a nos noticiares?
- tem sim... Avisa ao setor de remos teremos que mudar a rota, eu acho que vem em nossa direção outra embarcação.
- Já entendi tudo, se forem do bem vamos emparelhar nossas caravelas e manter um dialogo de amigos...
- Veja já estão hasteando a bandeira branca, vejo que são amigos. Ah, ah, há,... qua, qua, qua, Ah sim!!!... É do Brasil, mas não é de nos preocupar, Brasil e Portugal são irmãos, ora, pois, pois...
 - Vire a chave, vire a chave do tempo, vamos estacionar no século 21... Quero fazer uma visitinha a esse presidente.
- pronto, estamos no ano 2019... Valha mi nossa senhora de Fátima, que país estropiado esse Brasil, todos os tentáculos, membros parece estar dilacerados, ah sim esse é o povo.
- Muito cuidado patrãozinho, esse senhor que está ocupando o palácio presidencial no Brasil é mesmo beiçudo é fanático por armas de fogo, para apertar o gatilho é num piscar de olhos, aí a bosta tá feita, vou perder meu patrãozinho.
- o deixe comigo Nanico, se ele meter a besta dou-cabo nessa vida de pegar moscas, assim ele nunca mais será candidato a nem um brejo, muito menos qualquer que seja um pântano... Infelizmente o meio ambiente perderá um dos melhores controlador de pragas na natureza.
- esses aí que você está vendo é o povo? Não é um polvo molusco marítimo?
- o nosso Brasil gigante está sem rumo, o leme, o timão está quebrado, nada se entende nessas águas... Um verdadeiro balaio de gato, cadê o comandante dessa nau, um paspalho, parece que é mais não é?
- Disse bem comandante, timão, timão... É verdade, esse time tá péssimo, tá perdendo todas as partidas, esses atletas que representam esse meu time são mesmo uns atletas fracos, pelo que vejo esse ano periga cair para o rebaixamento.
- Não é disso que estou falando, Nanico marinheiro mole, estou dizendo da dificuldade de conduzir essa nação, esse capitão é desastroso, vai acabar por afundando esse país, falir de vez, esse capitão que comanda esse Brasil não entende nada de marinha ou pata-vênias e nem de administrar esse país.
- ora, pois, pois... E mais ou menos isso que queria dizer, falei em linguagem de figura.
- não dê palpite na minha fala marinheiro mole, você não sabe de nada, de merda nenhuma.
- É verdade comandante, eles deviam seguir os exemplos de Portugal, lá sim é um lugar bom para se viver.
Cabral e Nanico saíram a campo logo que eles e seus amigos  atracaram em solos brasileiro, a procura do grande chefe dessa nação, desse país, foram informado que poderia encontrar lá na fazendinha, lá onde ele fica arrodeado de jagunços entre uma grande quantidade de armas, lugar que ele gosta de ficar mais a vontades com seus cavalos  seus cachorros  pouco mais de dez seguranças.   depois daquele dia exaustivo, muito cansaço nas pernas, aquelas botas cor de rosas cheias de enfeites, não sei pra quê, pra pisar nessa terra argilosa grudenta, eis que chegaram no objetivo, até que em fim a procura terminou, lá estava o presidente dessa nação, sentadinho em um tronco de árvore decepada a punho e serra pelos lenhadores do mau, e o ibama não vê isso. Senhor Jairciliano tinha em mão sua pistola...
- pera aí patrãozinho, pistola na mão? (disse Nanico sem entender o que fora dito. Nanico só pensava em sexo, vai daí que pistola na mão sugeria outra coisa, essa mente pervertida, deu lhe outra interpretação.)

- sim... Uma arma de fogo.. Oh marinheiro mole, por quê? (patrãozinho disse com gestos austeros)
- a tá, pensei em outra coisa, sei lá tantas metáforas que a gente acaba se confundindo, desculpe aí patrãozinho, fui mau.
 
Antes que os dois persona, se aproxima do todo poderoso senhor das armas, dois capangas seguranças interceptam e vão logo barrando, colocou a mão no peito do comandante (Cabral) e impediu que esses dois navegantes avançassem, o rapazola; o Nanico ficou trémulo quando olhou para cima e percebeu aquele bruta monte ali todo paramentado portando armas letais impedindo que qual quer um ser vivente  aproximasse do tão famigerado  Jairciliano, nem que fosse um passo.
Daí alguns minutos esse chefe dessa nação se levantou do tronco de árvore  que o qual estava sentado, nem se deu conta do prejuiso causado a natureza,  olhou para o céu, bateu na barriga uns dois ou três tapinhas e disse:
- Vou até ali nos fundos-

 - sim, pode ficar a vontade, a conversa é pouca.

Jairciliano dirige-se até aos fundos, além dos arbustos, enquanto os visitantes se põem a tantas curiosidades, o que esse capitão estaria a fazer as escondidas. Nanico como não tem a língua quieta já foi logo soltando suas perguntas incabíveis:

- Patrãozinho, patrãozinho, não está sentindo um cheiro meio estranho?
O senhor das armas Jairciliano, com as duas mão arreda um feixe  de arbusto, estica a cabeça e diz com ar de poucos amigos tomado de uma fúria:
- Vocês pode me deixar mais socegado, não quero incomodação, será que não tenho paz nem mesmo nessa hora?
-você cala a sua boca, Nanico de merda, se não eu lhe dou um sopapo. ( disse o patrãozinho corrigindo seu fiel escudeiro)
- pensei que fosse camarão podre, mas acho que é isso mesmo que você disse no final de sua fala quando disse de meu apelido ( de merda).
- Olhe lá comandante, ele está apertando a cinta e se abotoando.
- depois daquele incidente, minhas tripas nunca mais foi a mesma, sempre me dá uma vontade de defecar urgente, acho que preciso fazer uma nova consulta com aqueles médicos de São Paulo... É acho que preciso de mais uma avaliação. (disse o senhor das armas senhor Jairciliano)

 - veja se eu não estava com a verdade, ele estava fazendo merda nesse solo que nosso Cabral descobriu, eu sinto pena desse povo brasileiro. ( Nanico se indignava pelo que percebeu, achou que fosse um desrespeito aos descobridores dessa Ilha  Vera Cruz )
Patrãozinho disse ao Nanico corrigindo e alertando para qualquer atrito.
- cala essa matraca... Eu já lhe disse.

- Oh chefe senhor das armas, esses dois homens estão te aguardando há quase uma hora, desembarcou hoje e está querendo falar com o senhor. ( disse o segurança para seu patrão senhor Jairciliano.) senhor das armas.

- que espere, não esqueça que sou o homem mais importante dessa nação e ele nem foi agendado.
Um desses seguranças perguntou ao senhor das armas, disse com cordialidade, pois já sabia com quem estava falando, medrava levar uma patada, resposta estúpida o senhor das armas; senhor Jairciliano distribuía à atacado.
- Oh senhor presidente, já limpou as armas?
- já limpei sim, estão todas aí no pano e estopa, só não estou conseguindo montar novamente, pra minha cabeça é complicado.
- o senhor não aprendeu isso no exército? Se o senhor não se incomodar eu monto todas elas pro senhor presidente, eu tiro isso de letra, monto e desmonto com os olhos fechado. Disse o segurança do presidente.
o Nanico se intrometeu na conversa e foi logo se exibindo:

- Eu também faço isso com a maior moleza, de armas eu entendo, até de espadas.
O homem maior da nação ficou complexado pelo fato de um Nanico, saber e ele não conseguir montar uma arma, logo furioso sacou de sua pistolinha de dois canos e mais que depressa com toda a rapidez efetuou dois disparos em um tronco de uma árvore a qual estava fixado um alvo, era um desenho contornado de uma figura humana do tamanho de uma pessoa de 1.75/mt de altura, de cor negra, depois disse em voz triunfal saltitando de alegria:
- acertei, acertei bem no peito do Hédio, eu posso até não conseguir montar essas armas das mais modernas, mas certeiro no tiro, isso eu posso me gabar...
O segurança disse em tom de consola-lo, passando a mão na cabeça do então presidente e disse:
- Não precisa ficar contente, saltitante de alegria, isso foi uma espirrada no taco; sorte de azarão... aposto que o senhor não conseguirá acertar pela segunda vez, isso é um acerto em mais de milhões de erros. (disse o seu amigo segurança tentando amenizar suas euforias..)

Cabral e Nanico rolaram de rir das atrapalhadas do Jairciliano, aí todos disserem em uma só vez:
- tente acertar novamente, tente acertar novamente, apostamos que você não acerta, vai Jairciliano, atire no alvo, atire no alvo.

O nosso auto intitulado atirador de elite efetuou mais de cinquenta tiros no alvo e não acertou mais nenhum, a figura de Hédio continuou sorrindo de dentes brancos  e não recebeu nenhuma perfuração, só aquela que passou raspando no peito do alvo, mas ele disse que alvejou, só falsa euforia, não foi bem assim. 
Cabral, Nanico e seus dois seguranças sofreram por uma crise de gargalhadas, e o tal presidente desse paisinho de nada ficou com cara de bobo.
Cabral, Nanico e os dois seguranças do Jairciliano saíram a passeio pela chácara, saborearam frutas frescas apanhada diretamente do pé, Jairciliano mostrou uma criação de porcos gordos.

- veja aquele suino grande da cor negra,  aquele que tá dormindo, ele é muito preguiçoso... aquele breve seu peso chegará a 7 arrobas.
Continuaram vendo as galinhas patos e uma lagoa bem ali perto do paiol de colheitas de milhos, daí uns vinte e cinco metros havia uma dispense lotada de armas, dês das mais grotescas garruchas até os mais modernos fuzís, em seguida visitaram todos os estande de tiro para amadores.
Nanico é realmente um persona inconveniente, tá sempre fazendo perguntas incabíveis e soltou mais uma de suas sanhas, puxando pelas pernas das calças do então suposto presidente e perguntou o quase obvio:
- Senhor Jairciliano, por que o senhor põe os retratos desse homem negro recortado nas figuras de tiro ao alvo? Parece que o senhor tem uma fixação doentia e quer por todas as maneiras meter bala na cara desses de pele diferente; negro por natureza... ou é preconceito mesmo?
- olha seu Nanico é que eu sinto um prazer imenso de tacar bala nesses negros, na verdade eu odeio negros, veados, lésbicas e essas cambadas das esquerdas, se eu pudesse matariam todos.

Jairciliano virou para trás para olhar para o pequeno Nanico e disse perguntando:
- onde está você?, onde está você?
disse nanico: - aqui, aqui em baixo.
- Ah tá, quase eu pisei em você, também parece uma porcaria; um monte de merda... verdade, detesto homossexual...de todos os gêneros...
Cabral olhou para o Nanico, Nanico olho para Jairciliano, parece que alguém aí se identificou com os ódios preconceituosos desse presidente, só se percebe que Cabral ficou muito muxoxo... Fazendo gestos desprezíveis... parece que caiu uma mascara decepcionante, Cabral ficou em silêncio por uns minutos, ficou com a cara feia devido escutar aquelas palavras do senhor das armas; senhor Jairciliano, para quebrar o mudes foram feito os convites:
- Vamos lá senhor Cabral, vamos tomar um café lá na casa grande.
Cabral disse em voz meio que chorosa:
- Não senhor capitão, vou não, agradeço seu pedido, mas acho que vou zarpar, juntarei meus camaradas que estão por aí e dentro de poucos minutos estaremos a caminho de volta a Portugal.

Nesse cenário meio que melancólico Cabral tomou a mão do Nanico e saíram caminhando pela trilha que dava saída até na porteira da chácara, enquanto os dois seguranças os seguiam até sair da propriedade do todo poderoso senhor das armas; Jairciliano e quando eles estavam ás uns oitentas metros o Jairciliano gritou bem alto que ecoou por todos os descampados:
- Vocês dois são veados, agora que eu percebi, pra fora de minha propriedade seus bichas, aí oh esse Cabral aí nunca que foi o mesmo que descobriu esse meu Brasil, ele tem tara por anãos... kkkkk...vai tomar no cu vocês dois.
Naquela mesma tardinha as caravelas dos portugueses pegaram o caminho de volta, já teriam reunido toda a turma que pra cá vieram e, se lançaram nestas águas salgadas de decepições e tocaram em direção da terrinha, chegando naquela mesma marca das milhas mar a dentro, foram ordenado que voltassem a chave para os anos das grandes navegações, a caravela de Cabral se perderam em meio um nevoeiro e acabaram por se encontrarem novamente nos anos de 1.500.

Antherport/20 de maio de 2019.


 

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 20/05/2019
Reeditado em 23/12/2022
Código do texto: T6652024
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