Palavra Solta - novelas e realidade
Palavra Solta - novelas e realidade
*Rangel Alves da Costa
Os espantos e os assombros da realidade social causam muito mais audiência que as novelas televisivas. O Sétimo Guardião, por exemplo, foi um fracasso ante as qualidades de seu autor. Não que o realismo fantástico proposto por Aguinaldo Silva tenha sido de má qualidade, mas apenas pelo fato de que as novelas televisivas não chamam mais a atenção que noutros tempos e desperta menor interesse que as tramas, dramas, tragédias e epopeias, do mundo real. A sociedade não está mais preocupada com o fim da mocinha e do bandido, não está mais querendo saber quem matou quem na trama televisiva. Tanto faz que o mundo vire de ponta cabeça na telinha. Como dito, o drama que interesse é outro, a trama que desperta atenção é outra. Ora, a realidade se mostra repleta de preocupações, de problemas a resolver. Neste sentido, a valia do ditado popular “tenho mais coisa que me preocupar do que torcer pelo destino dos personagens de novela”. A verdade é que, na trama real, não há lugar para outro final que não aquele bravamente defendido pelo protagonista: a pessoa em carne e osso. O que realmente lhe interessa é o seu final, senão no todo, mas mais ou menos feliz. Que a ilusão fique com os omissos e negligentes com suas próprias vidas.
Escritor
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