A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
-13 DE MAIO DE 1888
 
 
Sem outra saída, a nossa Princesa Isabel substituindo D. Pedro II, promulgou em 13 de Maio de 1888 a Lei Áurea que “libertava” todos os escravizados:
            Art. 1. É declarada extinta a escravidão no Brasil.
           Art. 2.  Revogam-se as disposições em contrário.
             
         Os negros foram “libertos” do tronco e dos castigos corporais. Porém a Lei Áurea jogou-os no “tronco” da miséria, sem eira e nem beira, “sem lenço sem documento”, na favela, analfabetos, desempregados, sem terra, sem teto e jogados ao “Deus dará” com a única herança que restou: a discriminação racial e a liberdade de morar debaixo de uma ponte, em barraco na favela, vendendo quitute e acarajé na praça para sobreviver! Como se não bastasse tudo isso, ainda foram substituídos pelos imigrantes italianos, poloneses e alemães... Ao invés deles ser integrados á sociedade através de indenizações, Reforma Agraria e alfabetização... Foram descartados como “carta fora do baralho” da riqueza do Brasil. Como salientou o final da novela “Sinhá Moça” da Rede Globo: “... E de tudo o que plantaram nada lhes restou, nem de terras nem da riqueza”... (do café, da cana-de-açúcar e do ouro), ganharam apenas a “Liberdade”. A “seriema” com quem tanto sonharam e lutaram-nos diversos Quilombos como o de Zumbi dos Palmares.
            
        Quero terminar apontando a nossa trágica herança escravocrata de mais de três séculos: a subserviência do paternalismo presente na politica, onde o politico “bonzinho” ajuda o povo pobre, não sabendo o “idiota” que é por puro interesse. No Brasil como disse Aristides Lobo: “não tem povo”, pois o povo nunca passou de escravo, analfabeto, sem terra, sem teto, sem saúde... Embora construa a riqueza da nação, e coloque na 6ª economia mundial, nos protestos legais por melhores transportes e habitação, saúde e educação, ainda são taxados de “vândalos e baderneiros” pelos governantes. Além dos privilégios políticos, a esperteza, o calote e a corrupção são heranças escravistas de um tempo que a força e a dinheiro ditava a ordem. A insensibilidade ao sofrimento alheio, á apatia em reclamar os seus direitos sociais, a discriminação com trabalhos braçais, o preconceito racial disfarçado, além do descaso por melhores moradias, renda e igualdade social.
        
DO LIVRO: A SAGA DE ZUMBI DOS PALMARES NO BRASIL CONTRA O TRONCO O CHICOTE E O FUZIL. DO POETA BIRCK JUNIOR