História de Trancoso
Era costume, antigamente, chamar de "História de Trancoso" todo relato ou narrativa duvidosa, a popular mentira. A referência a essa expressão se derivou da História de Trancoso, escrita por um autor português, uma narrativa fantasiosa.
Para mim a história oficial é uma história de Trancoso. Não, não acredito na história oficial. Exemplo: a história da independência é completamente fantasiosa, inclusive o famoso quadro de Pedro Américo é ficção. Nele só há retratada uma verdade: o tropeiro que aparece num cantinho do quadro, completamente alheio ao patriotismo e a euforia retratados. O tropeiro, seria o povo brasileiro, completamente alheio àquela pantomina, a dor de barriga do Imperador depois de ter comido uma buchada na casa da Marquesa de Santos.
Acho correta a frase de Tocqueville: "A história é uma galeria de quadros onde ha originais e muitas cópias".
Alguém pode discordar do que estou dizendo, afirmar que existem teses, mestrados e o escambau de masturbações sociológicas endossando a história oficial. Concordo que há mesmo esses estudos, mas tudo ilação, fantasia, conversa mole e falso patriotismo. Falta simplesmente a verdade.
Vou confessar algo - posso estar equivocado e errado mesmo - mas é o que penso: acho que aprendemos muito mais sobre a história do mundo e do país lendo romances, obras de ficção. Exemplo: "Guerra e Paz", de Tolstói, ensina mais sobre a figura de Napoleão e os francês, e sobre alma russa do que qualquer obra da história, O mesmo se aprende nos romances "O Vemelho e o Negro" e "A Cartuxa de Parma", de Sthendal. E sobre a América Latina com Garcia Márquez, inclusive sobre o Brasil com o romance "A Gerra do Fim do Mundo", do peruano Vargas Llosa. Aprende-se muito sobre o Brasil nos livros de Érico Verissimo, Jorge Amado, Gilvan Lemos, José Lins do Rêgo, Raquel de Queiroz, Antono Callado, Graciliano Ramos...
A história oficial deixa a desejar, é baba de quiabo, patriotada, é mesmo História e Trancoso. Juro. Inté.