Quem visita quem

A pedido da filhota Liziane coloco meu pensamento sobre - quem visita quem, pois diz ela (... sinto falta dos quase que rotineiros finais de semana com a casa lotada, pais e irmãos... Agora, há tempo, sou eu, Diego e o cão Gulls, nossa nova família original... E aí?).

Pra mim, a lógica de “quem visita quem” é bem parecida com o “quem liga pra quem”, no que se refere a saudade, porém a visita tem o dificultador da distância a ser percorrida. Enquanto um telefonema, Watsap ou e-mail, dependem de um simples apertar de botões, a visita presencial requer: saber se quem vamos visitar estará disponível; deslocamento; montar infraestrutura para não deixar nossa casa desprotegida (principalmente quem tem bichinho de estimação); ver a questão do trabalho (quem está na ativa); se não vai atrapalhar quem trabalha (no caso de estar com a vida mansa/aposentada).

A Liziane diz que sente falta dos finais de semana com a casa “cheia”. Eis uma coisa que é difícil de aceitar nas nossas relações – à distância – mas temos que entender que cada um tem seus compromissos, seus quereres e poderes, que por mais que se tente não se consegue viver eternamente grudados.

Minha mãe Maria Dotina, dizia “... criei oito filhos, tenho nem sei quantos netos, bisnetos e até tataranetos e vivo sozinha”. Não entendia bem esse queixume dela, pois sempre tinha alguém por perto, já que morava no mesmo terreno da minha irmã. Hoje entendo um pouco mais, pois criei três filhos e estamos aqui eu e meu companheiro de fé.

A filha reclama da casa vazia, mas pergunto a ela: quantas vezes, desde que foi seguir sua vida, ela veio nos visitar (sua família original)?! Nossa casa está muito mais vazia, já que era cheia dos movimentos diários, mas nem por isso me queixo, pois sei que os três estão seguindo suas rotinas e tem suas opções de finais de semana. Para mim, estarmos juntos se torna um grande lucro de convivência familiar, quando todos estão disponíveis para uma festa de aniversário, Páscoa, Natal... e se um não pode estar, não sendo por motivo de doença, a festa pode acontece da mesma forma. Não é a presença física que nos afasta, mas sim o deixar de gostar, de amar e como sei que isso nunca irá acontecer conosco, fico muito tranquila!

Então, agradeço a Deus pela(s) família(s) que tenho. É vida que segue e tão logo seja possível nos veremos presencialmente!

Tânia França
Enviado por Tânia França em 29/03/2019
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