________________________________Quem vê cara...
 
 
Bom-dia!

Da mancada de alguém, lembro de minha mãe: “A cara condenava”. E dia desses, um cara do nosso dia a dia deu a cara ao furo. Vi o jornal, consultei a uma amiga, mestra da psique. E o fiz, claro, por voltar à minha mãe com o seu “a cara condenava”.

E não é que minha mãe tinha razão? “Quem vê cara, vê coração”. Aí, a mestra puxou o fio da aula de que um grande da psicologia, pela frenologia e atratividade, provou isso. Num teste de faces, o tal acertou: a metade era de malas e suas subespécies.

Agora, o Tião Mineiro me conta que uma mulher aqui, Bardot ou Monroe, surgia com os ares mais bons do mundo, n’avenida. Ques coisas! Matando a pau, entrava no Salim, no Serkan, no Munir, as joalherias. E sorria aos homens, a imitar a candura de Maria.

Tião foi um dos parados: “Deus bençoa!”. Ao tirar os sapatos na rua, o cortejo de homens fervia. Aí, um dia, o que estragou um pouco, foi ela entrar num culto, na praça. E o que estragou completo, foi a polícia baixar no culto, algemar a ela e ao pastor: ela com joias na bolsa, ele com joias no bolso.

“Às vezes, mãezinha, quem vê cara...”, eu diria, abraçado a ela, a ela que me ensinou que em tudo há o outro lado.


Ótimo café!
Brisas, 15 de março de 2019.       
 
Chicco Árboles
Enviado por Chicco Árboles em 18/03/2019
Reeditado em 18/03/2019
Código do texto: T6600748
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