Ser pai e mãe não é nada fácil

Uma conhecida me relatou o grande susto que levou quando leu uma mensagem no celular de sua filha de 15 anos. Num desses sites de relacionamento, um rapaz dizendo ter 28 anos, pedia para que a jovem postasse uma foto só de calcinha e sutiã. A mãe disse que o primeiro impulso foi de dar uma surra na filha, porque entendia que tudo que havia conversado com ela sobre os “perigos do mundo” tinham sido em vão. Além disso, as mais diversas mídias divulgam, diariamente, os riscos que se corre nos relacionamentos, principalmente nos de sites, que permitem vários mecanismos de enganação (visuais e de escrita), como a filha tinha caído nessa, era a pergunta que a torturava.

Casualmente, minha sobrinha também estava indignada com o fato de sua filha estar tendo aula de dança de FUNK na escolinha, pois considera um tipo de dança apelativo sexualmente, principalmente para crianças na faixa de seis anos.

Junto com essas indignações, li um Artigo do Luiz Fernando Veríssimo, detonando com o BBB – "...decadência da cultura brasileira, por ser totalmente vazio de valores morais e éticos, anti-herói..."

Não faço uso de sites de relacionamentos, mas fico apavorada com o que se ouve falar. A enganação atinge a todos, independentemente da idade. Tem que ser muito inocente ou ter muita carência afetiva para se deixar levar assim.

Refletindo surgem alguns questionamentos: e quando os relacionamentos são – olho-no-olho, também não se corre riscos?! Quantas mortes, machucados físicos e emocionais, também acontecem diariamente e, por vezes, bem pertinho da gente?!

O FUNK não faz parte do meu gosto musical, mas as músicas românticas também não trazem, nem que seja nas entrelinhas, erotismo?! Lembro-me do escândalo que foi o lançamento da música Je t’aime moi non Plus, lá da década de 70, “deusolivre” ouvir aqueles sussurros, ter o disco (LP) nem pensar; tocar nas reuniões dançantes nas garagens era “morte na certa”. Mas quando era tocada nas reuniões dançantes nos clubes, com aquela “luz negra” girando... vai dizer!!!! O que falam essas músicas modernas, tipo sertanejo universitário (também não são da minha preferência)?! O que é a dança do grupo É o Tchan e suas dançarinas, e muitos outros?!

Então penso que: a música, o som faz parte da essência humana e retrata as nossas relações, o gosto por essa ou aquela, vai do ouvido, do sentimento, do momento. Não sei se o FUNK deve ser usado como material pedagógico em escolas infantis, mas ele está ai, na tv, nas rádios, na boca do povo. Bem ou mal está se "aculturando" pelo Brasil a fora; concordo com o texto, que dizem ser do Verissimo, sobre o BBB, mas se ele ainda está no ar é porque, primeiro rola muiiitooo dinheiro, para a TV Globo e segundo, porque tem quem assista e se presta para gastar seu dinheiro em ligar e dar ibope.

Comentei com minha conhecida e minha sobrinha sobre o que aprendi com minha sogra, que criar filho é como um tratamento homeopático, uma gotinha a cada dia! Falar, mostrar exemplos conversar sobre todos os assuntos faz parte do aprendizado, mas o que mais importa é a relação de confiança que se deve estabelecer. Proibir por proibir eleva a curiosidade e, além disso, não se pode esquecer nunca que por mais que procuremos ser pai e mãe corretíssimos, as caminhadas de vida são individuais, o que importa é estarmos sempre juntos e prontos para o que der e vier.

Acredito que, pior que ser amoral é ser falso moralista. A vida está ai, as relações humanas são constantes e diárias, a prontidão se faz necessária no como agimos conosco mesmo e com o outro...

Como se diz, “a rapadura é gostosa, mas é dura”!

Tânia França
Enviado por Tânia França em 15/02/2019
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