QUANDO A MÃE VAI EMBORA

Quando a mãe da gente vai embora, muito da gente vai junto ela.

Ela nos fez e, imagino, fez o seu melhor pra gente ser o que é.

Nessa história tem brilhos, aplausos e tristezas.

As coisas ruins ficam lá numa gaveta que deixamos quieta, não há necessidade de abrir toda hora.

A mãe da gente cumpriu seu papel do jeito que podia e, imagino, não teve roteiro fácil pra seguir. Ralou pacas.

Agora que foi seguir seu caminho longe da gente, muita coisa que parecia apagada reparece.

O cheiro dela, a pele dela, a cor dos seus olhos, o brilho no sorrir.

Essas coisas parecem que não envelhecem e não morrerão um dia, como ela morreu.

Essas coisas são o legado que vai ocupar o posto agora com o lugar de titular vago.

A morte dá um vazio esquisito, de repente não dá mais pra visitar, conversar, se preocupar. Pena.

Será que ela volta em outro corpo? Será que está nos vendo lá de longe? Será que ainda "lembra"que sou (fui???) seu filho? Será que quando morrer nos reencontraremos? (Posso morrer agora ou daqui há 30 anos...). Tantos serás sem resposta.

Tanta saudade da minha mãe.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 05/02/2019
Código do texto: T6567859
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