Sonegação de informações
Ouvi, dia 14 de dezembro, num telejornal, que Vladimir Putin, presidente da Rússia, durante uma entrevista, ao responder à pergunta que um jornalista americano lhe fizera, declarou que foram os Estados Unidos que armaram a Coréia do Norte. E disse a verdade o ex-agente da KGB e atual presidente da Rússia. Não sei, todavia, se ele disse toda a verdade, ou só uma parcela da verdade. A reportagem forneceu uma informação: a que citei acima, mas não informou quando os Estados Unidos armaram a Coréia do Norte. E não se sabendo quando, e também como, se deu tal ajuda americana à Coréia do Norte, muita gente, ao assistir à reportagem, ficou com a impressão, presumo, de que foi o atual presidente americano, Donald Trump, quem empreendeu tão reprovável política - e foi este pensamento que me veio à mente enquanto eu assistia à reportagem. Não sei se ao responder à pergunta que lhe fizera o repórter americano, Vladimir Putin, além de apontar o dedo para os Estados Unidos, deu o nome do presidente americano que favoreceu o regime comunista norte-coreano; considerando que ele não o fizera, cabia, penso, ao redator da reportagem, fornecê-lo ao seu público para que este não chegue à conclusão errada: a de que Donald Trump ajudou a Coréia do Norte - o que induziria o público a fazer um julgamento errado da postura do atual presidente americano. Favoreceu a Coréia do Norte os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama. Não digo que o repórter mentiu, neste caso, ao reproduzir as palavras do presidente da Rússia; digo que ele não forneceu ao seu público a informação que o impediria de chegar à conclusão errada.