Operação tipo fascista

Estamos na reta final do ano. Daqui a quatro dias estaremos coemorando o Natal. É tempo, portanto, de fraternidade, congraçamentoe paz. Tudo bem, sei que as instituições, principalmenteàs de segurança não podem parar, até porque precisamos de segurança. É fato. Mas as investigações, buscas, apreensões, prisões políticas, invasõesde domícilios..., deveriam cessar pelo menos nos dias que antecedem o Natal e o Ano Novo. A Gestapo, estive pesquisando, cessava, a polícia de Stálin também. Só os fascistas de Mussolini e a polícia de Pinochet não dvam trégua.

Tem mais, eu acho que invadir e dar busca em casa de uma senhora de mais de 80 anos, só porque eé mãe de um político investigado e acusado, às vésperas do Natal (não deveriam fazer isso mesmo que não fosse em tempo de festas) é algo de uma intolância abissal.

Foi o que policiais, a mandado de justilça, fizeram hoje na casa da mãe do senador Aécio Neves, Dona Inês Maria Toletino Neves. Vejam bem, sou crítico e costumo aqui neste espaço combater o senador, não tenho nenhuma simpatia por ele. Mas isso não tem nada a ver com o problema e o absurdo que é invadir a casa da mãe dele. Foi algo inconcebpivel e intolerável no estado de direito. É algo típico do estado fascista.

Há momentos em que ou somos cristãos ou não; ou somos democratas ou nao; ou respeitamos os direitos humanos ou não; outemos sentimentos humanitários ou nao. É neses momentos que se conhece quem é gente e quem é coisa.

Uma coisa é não gostar de Aécio, criticá-lo, desprezá-lo; outra coisa é respeitar a mãe dela e o domícilio dela. Essa invasão da casa dela dias antes do Natal é algo que arranha o sentimento cristão e a sensibilidade de quem tem sentimentos. Nunca é demais lembrar o verso de Eduardo Alves da Costa:

"Tu sabes,/ conheces melhor que eu a velha história/ Na primeira noite eles se aproximam/ E roubam uma flor/ do nosso jardim./ E nao dizemos nada./ Na segunda noite/ já não se escondem;/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luze/ conhecendo noso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada".

Na vida não devemos combater a injustiça que é comentida apenas contra o nosso lado, mas a injustiça, sem importar lado, raça, credo. A injustiça, a intolerância, o abuso do poder é um absurdo que clama aos céus.

P.S. Dona Inês é filha do saudoso Tancredo Neves que tanto lutou pela democracia. Não reseiaram a casa da filha dele nem às vésperas do Natal.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/12/2018
Código do texto: T6531757
Classificação de conteúdo: seguro