Matuto Anticosmopolita

Acho que para se buscar o entendimento da vida. obter um pouco de sabedoria e cultura. analisar a si e ao universo ainda que de maneira empírica e para se tentar ser feliz, vá lá que seja, se pensar que é feliz, ninguém precisa viver nos grandes centros, nas metróploles, nas grandes cidades, em meio às multidões e sem ter tempo para quase nada que é realmente prazeroso. Não precisou ontem, nem muito menos precisa hoje, quando a tecnologia eliminou as distâncias e a informação chega ao mesmo tempo num distrito de Pesqueira ou em Londres por exemplo.

Talvez eu esteja completamente errado, afinal sou apenas um matuto, alguém que é avesso aos grandes centros, que prefere uma cidadezinha do interior a Paris. Sei que alguém pode rir, principalmente quem me conhece, e afirmar que não posso fazer essa afirmativa porque não conheço Paris, a não ser pelos livros. É vero. Mas sei exatamente o que é ua grande cidade. Pode ser linda, histórica, uma maravilha para se visitar. Mas será ideal para se viver? Depende do que se encara o modo de viver. Viver será enfrentar diuturamente a falta de tempo, não ter tempo para quase nada, vegetar em meio às multidões? Não seria mais tranquilo e prazerosose viver numa pequena cidade e se deliciar com outro de vida muito mais saudável? Talvez uma vida muito mais intesivamente com muito melhor qualidade de vida?

Não vou discutir com os que se acham cosmopolitas, acho que é direito deles a fascinaação pelas grandes cidades, se senirem cidadãos do mundo, eu sou apenas um matuto anticosmopolita. Sou cidadão de uma pequena aldeia. E isso me basta. Mais: sei que estpu refletindo sem dados, estatísticas, pesquisa, apenas externando um sentimento. Poderia até citar várias figuras históricas que preferiam sua aldeia, sua cidadezinha do interior, não viver nos grandes centros. Mas vou citar apenas um exemplo, um heterônimo de Fernando Pessoa (que nunca saiu de Lisboa), Alberto Caeiro, ele cantou:

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se ode ver doUniverso.../ Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,/ Porque sou do tamanho que vejo;/ E não do tamanho da minha altura...// Nas cidades a vida é mais pequena/ Que aqui na minha casa em cima deste outeiro./ Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,/ Escindem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,/ Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,/ E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver".

Fico por aqui, roendo porque não estou no interior. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/12/2018
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