Memória do Coração

Sou alguém que vibra de satisfação quando se depara com um belo gesto (sempre pronuncio Beau Geste, em francês porque me lembro do grande filme com Gary Cooper). Principalmente quando é um belo gesto de gratidão, fruta braba nos tempos atuais (tempo que tem muito a ver com aquele verso de Augusto dos Anjos, "a mão que afaga é a mesma que apedreja), um momento em que reconhecer e ser grato está se tornando algo temerário.

Vejam bem sou pernambucano, fiz política mesmo sem ser político militante. Nunca tive nenhuma simpatia pelo atual Presidente do TCU, Jpsé Múcio Monteiro. Fiz campanha contra ele, princupalmente em 1986 quando disputou o governo com Miguel Arraes, chmava-o de menino de engenho, zinhozinho da casa grande e filhote da ditadura. Não me arrependo, era o contexto da época.

Mas sou Justo, o senhor José Múcio evoluiu e cresceu no conceito dos pernambucansos, inclusive dos seus críticos. Ontem, na sua posse como presidente do TCU, diante de uma platéia majoritariamente antpetista e antilulista, presentes inclusive algozes do partido e do ex-presidente, Jospe Múcio deu uma prova cabal de que é um hoem de caráter e que sabe ser grato. No seu discurso, na fase final, nos agradecimentos ele praticou um belo gesto, um gesto que me orguhou todos os pernambucanos, incusive a mim que fui seu crítico. Ele disse:

"A gratidão é a memória do coração, já dizia Santo Agostinho. No campo político, preciso agradecer a Roberto Magalhães que me iniciou na política, ao povo de Pernambucoi que me deu cinco mandatos e ao ex-presidente LULA que me fez ministro".

Foi muito aplaudido, noves fora pelo Moro e uma meia dúzia. Mas Múcio fez história. Demonstrou que tem caráter. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/12/2018
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