Gonzaguinha: "Vamos à luta!"

Já disse e repeti várias vezes que não pertenço a nenhum partido, mas não renunciei, nao renuncio e nem renunciarei nunca às minhas idéiase nem minha opção pela justiça social e por uma pátria mais justa e igualitária.

O que lamento nas esquerdas é a covardia gerada pelo deslumbramento com a ribalta do poder, uma parte ficou encadiada com mordomias e as benesses dos cargos. Resultado, muita gente quando perdeu os cargos ficou mofina, roendo, estressada, sem pique para reagir. E me vem esse cara, o Jacques Wagner, dizer que o PT e a esquerda não precisam fazer autocrítica. Só pode ser piada. Discordo, divirjo, discrepo e acho isso um absurdo. Como podemos peitar o autoritarismo sem pelo menos uma autocrítica e uma porção de coragem?

Permaneço fiel a história das lutas pela liberdade. Do tempo que falar em liberdade era algo temerário. Mas se falou, se lutou, se conquistou a democracia com luta, sangue, suor e lágrimas. Se houve desvios e abnadono das bandeiras, isso não cassa e nem deleta nossos ideais. E nao nos impede de recomeçar tudo outra vez de voltar ao bom combate, sempre embalados e acalentados pelos exemplos do pssado. pelos hinos de liberdade, pela bravura dos nossos ídolos, pela nossa história contra oautoritarismo e o fascismo, a censura, a perseguição, prisão tortura e até assassinatos de combatentes da luta popular e da liberdade.

Eu sei que há muita gente de astral baixo, desiludida, nas cordas, desesperançada, mas sei também que lá dentro há vozinha incitando: - Vamos a luta! Juro.

Estava aqui no apartamento conversando com meus botões quando uma amiga que nunca amoleceu, que continua firme como uma rocha, sabendo que eu andava meio bambo, chegou e foi logo ligando sua maquininha e baixando uma música de Gonzaguinha, uma música que nós havíamos ouvido ele cantar, no tempo da ditadura, no Teatro do Parque aqui no Recife. Confesso que assim que ela ligou e vi Gonzaguinha cantando recordei tudo e meus olhos marejaram. É preciso voltar a cantar nossos hinos e a ter a firmeza daquela época.

A música que ouvi é "Memória Para um Tempo sem Memória" (baixem a música). Vpu transcrever a letra:

"Memória de um tempo onde lutar/ Por um direito/ É um defeito que mata/ São tantas lutas inglórias/ São histórias que a história/ Qualquer dia contará/ De obscuros personagens/ Sao sementes espalhadas nesse chão/ De Juvenais e Raimundos/ Tantos Júlios de Santana/ Uma crença num enorme coração/ Dos humilhados e ofendidos/ Explorados e ofendidos/ Que tentaram encontrar a solução/ São cruzessem nomes, sem corpos. sem datas/ Memória de um tempo onde lutar por um direito/ É um defeito que mata/ E tanos são os homens or debaixo das manchetes/ São braços esquecidos que fizeram os heróis/ São forças, são suores que levantam as vedetes/ Do teatro de revista que é o país d todos nós/ São vozes que negaram liberdade concedida/ Pois ela é bem mais sangue/ Ela é em mais vida/ São vidas que alimentam nosso fogo de esperanaça/ O grito da batalha/ Quem espera nunca alcança/ Ê ê, quando o sol nascer/ É que eu quero ver quem lembrará/ Ê ê, quando amanhecer/ É que eu quero ver quem recordará/ Ê, ê, não quero esquecer/ Essa legião que se entregou por um novo dia/ E eu quero é cantaressa mao tão calejada/ Que nos deu tanta alegria/ E vamos à luta".

Osaudoso Gonzaguinha foi mesmo o profeta da liberdadee do proteto contra a tirania. Está na hora de voltarmos a entoar seus cantos libertáros. Inté.

P.S. Será que alguém pode me explicar porque a direita não possui Cicos Buarques, Caetanos, Gonzaguinhas... ? Devem chamar um musico gringo para musicar os escritos de Olavo de Carvalho.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/12/2018
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