UM AUTOR DE PESO E SUA OBRA - crônica de Ialmar Pio Schneider - Ao abrir as páginas do livro A Vida de ANDRÉ GIDE (A crise do pensamento moderno), de Klaus Mann, tradução de Carlos Lacerda, edição de 1944,“Seção de Livros” da Empresa Gráfica “O CRUZEIRO

UM AUTOR DE PESO E SUA OBRA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ao abrir as páginas do livro A Vida de ANDRÉ GIDE (A crise do pensamento moderno), de Klaus Mann, tradução de Carlos Lacerda, edição de 1944, “Seção de Livros” da Empresa Gráfica “O CRUZEIRO” S. A., Rio de Janeiro, deparo-me com o seguinte pensamento: Todo homem leva em si a forma inteira da humana condição. – MONTAIGNE, e quero me lembrar por que adquiri esta biografia, pelos idos de 1950/60, nos tempos de estudante ginasial e científico. Encontro em Cours de Français, primeira série, do curso colegial, de 1960, dois textos do autor, sendo o primeiro Les Sources (As Fontes) e outro L’Eleveur de Poissons (O Criador de Peixes), extraídos das obras Les Nourritures terrestres (Os Frutos terrestres) e Les Nouvelles Nourritures (Os Novos Alimentos), e creio que foi deles que me despertou o interesse de conhecer o romancista, que nasceu em Paris em 1869 e faleceu em 1951. Desde muito jovem, dedicou-se à Literatura, tendo visitado a África do Norte, 1893-94, e regressado à França, passando pela Itália. Sua mãe faleceu, logo em seguida, em 1895, e ele desposou sua prima Manuela Randeaux e com ela realizou várias viagens à África. Depois disto, filiou-se ao comunismo, visitando a União Soviética em 1935; regressou decepcionado de seu passeio e abjurou a doutrina comunista. Consta que seus pais foram protestantes e ele foi simbolista em suas primeiras obras, sofrendo, entretanto, influência de Dostoievski e Nietzsche, tendo se engajado no individualismo. Seu estilo inserido em forma clássica, é, às vezes, simples, preciso e sóbrio.

JNH 22.11.2010

Suas principais obras são: Os Cadernos de André Walter; Tratado de Narciso,1891; Poesias de André Walter, 1892; Frutos Terrestres, 1897; Prometeu Mal Acorrentado, 1899; O Imoralista, 1902; A Volta do Filho Pródigo, 1907; A Porta Estreita, 1909; Dostoiévsqui; Coridon; Isabel, 1911; Os Subterrâneos do Vaticano, 1914; Sinfonia Pastoral, 1919; Se o Grão Não Morre, 1924; Os Moedeiros Falsos, 1925; Viagem ao Congo, 1927; Regresso do Chad, 1928; Escola das Mulheres; Ensaio Sobre Montaigne, 1929; Édipo, 1931; De Regresso da U.R.S.S., 1936; Retoques ao Meu Regresso da U.R.S.S., 1937; Diário, 1889-1939 e Diário, 1939-1942; Entrevistas Imaginárias; Teseu, 1946; Paulo Valéry, 1947; Notas Sobre Chopin; Francisco Jammes e André Gide; Correspondência, 1948; Folhagens de Outono, Antologia da Poesia Francesa, Paulo Claudel e André Gide: Correspondência, 1949. Traduziu obras de Pushkin, Guilherme Blake, José Conrad, Rabindranath Tagore. Adaptou ao teatro francês Antônio e Cleópatra, 1926, Hamlet, de Shakespeare, e o Processo, de Kafka. Conforme fui lendo o livro, foram aparecendo os pensamentos de diversos autores e do próprio André Gide, tais como: A fama é a soma de todas as incompreensões correntes acerca de um indivíduo. – Rainer Maria Rilke, e Por favor, não me compreendam tão depressa ! Renascer! Esquecer aquilo que os outros homens escreveram, pintaram, pensaram, aquilo que nós mesmos pensamos. Renascer. – André Gide.

Sua extensa bibliografia está a demonstrar que o escritor navegou por inúmeros mares da arte literária, abrangendo poesias, romances, relatos de viagens, ensaios, teatro etc. Por isso que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1947. A par de haver publicado escritos sobre o instinto sexual, o que provocou escândalo e seu rompimento com amigos, 1925; também o fez sobre abusos da colonização francesa na África, o que agitou a opinião pública, tendo o governo nomeado uma comissão de inquérito. Suas obras foram colocadas no Index pelo Santo Ofício e condenadas pelo governo soviético. Pelo exposto, constata-se que o consagrado escritor francês suscitou inúmeras polêmicas sobre diversos assuntos. A tradução de sua biografia feita pelo não menos polêmico extinto jornalista brasileiro Carlos Lacerda, vem atestar a relevância do autor e sua obra entre os demais de sua época. Sempre requer melhor abordagem em seus tópicos.

Poeta e Cronista

Publicado em 30 de outubro de 2002 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

em 22.11.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/poesias_esparsas_reunidas_2

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EM 16.11.2008

http://www.diariodecanoas.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm

EM 07.08.09

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EM 08.08.2009

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em 23.11.2011

Ialmar Pio
Enviado por Ialmar Pio em 04/12/2018
Reeditado em 17/05/2020
Código do texto: T6518484
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