Primeira vez...

Recordar é viver, dizia o poeta. Na minha idade uma das diversões é realmente recordar. Hoje dei uma saída com os amigos e enquanto tomávamos um cafezinho esperto, nao se tomou álcool hoje, foi um domingo abstêmio, rememoramos algo arretado: a nossa primeira vez,sem esconder nada, até porque não havia nenhuma mulher, era clube do bolinha. Rimos muito, mas com uma certa nostalgia.

Hoje tudo é mais fácil para os jovens. Não digo ue seja mais saudável, mas é, repito, mais fácil. No passado, nos meus tempos de adolescente, as coisaseram muito ais difícies. Detalhe: além do fator financeiro, havia os danados dos tabus e preconceitos. Era o tempo que se ameaçava os jovens com o fogo do inferno. Era o tempo que padres, professores, pais e parentes afirmavam, pasmem, que a masturbação além de pecdo cabeludo, endoidecia o jovem.

Mas, mesmo assim, nao obstante essa coação, o corpo aderia à tentação. Acho que foram os anos, fim da década de 50 e começo dos anos 60, e que os jovens mais recorreram ao então chamdo "vício solitário". Os carinhas ficavam curtindo as muheres bonitas que passavam na rua, despindo-as com os olhos, marcando ponto em locais estratégicos, chegavam até a abrir buracos no muro detrás do colégio das freiras para tentar ver as moças em "má posição", qualuer palmo de coxa era matéria-prima para fazer calo nas mãos. Tinha tamabem o calendários das firmas de pneus, fotos de revistas como Cruzeiro e Manchete e, claro, as chanchadas da Atlântida com aquelas mulhers maravilhosas seminuas, as vedetes. Até Nyoka, a Rainha de Selva, que usava bernuda e Jane, a mulher de Tarzan, inspiravam os jovens no exercício do pecado cabeludo.

Mas chegava um momento que esse pecado cabeludo não mais satisfazia, era preciso um pecado maior, o contato físico com uma mulher. Que fique claro que o sarro com as namoradas também não bastava. Mais: era humilhante passar nas ruas, principalmente em frente do sinuca ou na raça do cinema e ser apontado coo donzelo. Aspssoas riam, diziam que aquelas es´pinhas no rosto era atestado de donzelice.

Então, no meu caso pessoal, um amigo mais velho, que já conhecia várias mulheres, resolveu me ajudar. Quebrei o mealheiro, arrumei o dinheiro, e ele fez o contato. Tudo acertado para uma noite. Fiquei num pé e noutro, feliz mas com medo, um medo danado, nunca tinha me deitado com uma mulher nua e eu nu, ia ser a primeira vez. Os contatos anteriores form todos na imaginação.

Fomos, o lugar era um castelo perto do cabaré. Uma casa acanhada, só havia uma luz. Entramos, a dona snos recebeu muito bem, era conhecida como pofessora já tinha "ajudado" dezenas de donzelos a virar homens. Tudocerto, o aigo ficou na sala e eu fui para o qartinho da dona, lá el alisou meu cabelo, tirou a minha roupa, se despiu, era uma mulher de mais de 40 anos, mas nem feita, quando me levou para a cama comecei a tremer e a bater os dentes, ela fez o que pode e não teve jeito, não levantei a moral e... broxei. Paguei e ela disse o que era de praxe: -Essas coisas acontecem, não fique triste. Prometeu que ninguem saberia ue neguei fogo. O amigo fez o mesmo, mas eu me senti desmoralzado. Imaginem a tristeza.

Mas alguns meses depois, sem interveniência do amigo e devido a amizade com uma lavadeira que fazia hora extra exercendo a mais antiga profissão do mundo, ela muito observadora me perguntou se eu ja conhecia mulher, respondi que não, ela disse que eu fosse a casa dela que ficava na saída da cidade. Lá sem luz, havia apenas um candeeiro, co o maior carinhoela conseguiu a proeza, dei conta do recado, fez o gol e parti para o abraço, ou seja, ela mesma boatou na frentedo sinucaa boa nova. Resultado:nunca mais fui chamado de donzelo, daí em diante desasnei. Recordar é viver. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 25/11/2018
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