Ser avó de bichinhos?

Ser avó

Desde pequena (já fui menorzinha do que sou hoje) convivi com cães e gatos, mas sempre ciente de que animal é animal e gente é gente.

Depois de casada pensei em não ter animais domésticos, mas foi nos mudarmos para uma casa e veio a vontade de ter um cachorrinho, para ser amiguinho da filha primeira Elúsia. Comentamos nosso desejo no trabalho e logo um amigo nos ofereceu de presente um cachorrinho, que ja veio com o none de Malandro, dando pra imaginar o perfil da criaturinha. Depois veio o Rintim, o Scuby, o Toby e a Zefa, que acompanharam o crescimento dos outros dois filhos, Liziane e Lucas, mas sempre ciente de que gente é gente e animal é animal, até com certa convicção de que nós humanos somos seus “donos”.

Pois então, eis que agora, já adultos e donos de si, os filhos Liziane e Lucas, adotaram os cães Guls, Kika e Amy, respectivamente, e querem me convencer de que sou avó.

- Mas como assim?!

- Claro, se eles são nossos filhos de quatro patas, tu és avó deles!

Fico pensando, pensando... e não consigo me imaginar avó de cachorros.

Gosto muito dos três animaizinhos. O Gulls, enorme e adora que eu faça massagem no seu dorso; a Kika, faz a maior festa quando me vê, mas logo se recolhe ( é meio depressica) e a Amy é a levada da breca da história. Os três com históricos de vidas sofridos e que meus filhos, genro e nora, adotaram com muito carinho, mas dai a ser avó?!

Sempre pensei em ter netos, para acompanhar seus crescimentos, traze-los para minha casa e fazer o que toda avó que se preze faz tipo, deixá-los fugir um pouquinho das regras estabelecidas pelos pais, comer um pouquinho mais de doce, paparicá-los. Tenho certeza de que nos daríamos super bem e nos divertiríamos muito. Sendo avó de cães é possível fazer isso? Como será que o Gulls, Kika e Amy ouvem minha voz, como de vovó ou voz de “comando”?

Tá difícil de me convencer desse grau de parentesco, mas vou ficar aqui pensando e pensando numa possibilidade, pequena que seja, de ser avó de cachorro, afinal, o que não se faz pelos filhos?!

Tânia França
Enviado por Tânia França em 20/11/2018
Reeditado em 15/12/2018
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