Destarte X Abissal

Sou crítico dos que escrevem difícil, não raro para se amostrar. O que podiam dizer numa linguagem simples usam um linguajar pseudo erudito, recorreno a palavras que a maioria nao entende.

Já contei aqui no RL, salvo engano, que conheço um sujeito que é assim, só fala difícil e, pasmem, é incapaz de pronunciar um mísero palavrão. Na única vez que tentou foi alvo de gozação. Certa feita estava discorrendo sobre um assunto e sapecando inconsciente coletivo, caarse, antítese, malgrado, disrupção, antroplógico, a coisa em si, data venia, iposo facto, destarte..., quando, de repente, foi aparteado por um gaiato: - Cara, tu fala essa latromia toda, mas não sabe nada do principal, nunca vadiasse com ma mulé, nuinha da silva, adianta ser intelectuá? O sujeito que fala difícil pela primeira vez na vida reagiu e disse para o gaiato: - Vá tomar no ânus, ignorantaço! O desabafo foi tema de gozação em toda a cidade. Durante algum tempo ficaram chamando o cara de doutor ânus.

Mas esse cara que fala dificil eu até admito, embora às vezes me esconda para anão bater papo com ele. Mas ahá outro, este ainda mais meu amigo, um cara muito talentoso, que escreve muito bem, tem muita cultura, mas possui um defeito: escreve diferente do que fala. Quando leio os textos dele sempre fico pensando que é uma tradução porque não lembra o seu linguajar. Não concordo, até concordaria se fosse uma tese de mestrado, um relatório, um ofício... mas crônica é de lascar o cano, nela temos que usar a nossa linguagem, o nosso estilo próprio.

O último texto dele que li no jornal foi uma crônica e ela começava com a palavra "destarte", ri paca. Quanto encontrei o cara fiz a gozação: - Bicho, por que não começasse a crônica usando simplesmete a palavra, assim, pra qe colocar destarte? O cara aretou-se e devolveu na mesma moeda: - Cabra véio, por que você de vez em qando sapeca nos seus textos a apalavra abissal e não coloca simplesmente a palavra enorme? Fiquei calado, essa palavrinha rasgaou minha fantasia, é verdade de vez em qando sapeco ela nas minhas maltraçadas.

Gras a Deus sei assimilar minhas derrotas. Inté.

P.S. Nada não, é assunto vencido, mas se eu fosse certas pessoas ao falar contra os médicos de Cuba, lu seja, justificar o absurdo que e menosprezar o trabalho deles, seria bo conversar com alguns deles, com as pessoas que eles atendem, falar com base. A verdade é como caldo de galainha não faz mal a ninguem. Eu conheci médicos de Cuba.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/11/2018
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