Cartas de Amor

Domingo. Acordo mais cedo, vou logo rascunhar uma maltraçada para meu neto postar no RL. Motivo vou dar uma saída com meus irmãos, passear e dar uma parada num café ou num boteco para tomarmos um cafezinho, umas lapadinhas e remorarmos os bons tempos, o tempo em que éramos mais felizes e não sabíamos, se soubéssemos perderia todaa graça. Não, nesta maltraçada não vou tocar em política, esse papo tá qualquer coisa de chato, né mesmo? Vamos ao assunto desta arenga light e sem nada de novo.

Quem assistiu ao filme "Central do Brasil", na certa recorda que a atriz principal desse filme, Fernanda Montenegro, vive um persoanagem que logo no início está escrevendo uma carta a pedido de uma matutinha, dessas que emigraram para o sul, que não sabe escrever e quando querem se comunicar com aa famíliano Norte ou Nordeste, recorr a terceiros para escrever suas cartas. Pois bem, no final da missiva (gostaram da palavrinha de dia de domingo?), Fernda pergunta à mocinha o endereço dos seus familiares para colocar no envelope. A moça se atrapalha por um instante, não sabe o endereço, mas criativa, emenda de primeira: - Cololoque duas casas depois da padaria, Mimoso, etado de Pernambuco (distrito de Pesqueira).

Essa cena é de ficção, mas podia ser verdadeira. Isso ocorre muito. Ou ocorria, ja que hoje com a popularização do celular, a comunicação via carts ficou muito rduzida.

Mas houve um tempo , como é retrtado no filme, que havia mesmo especialistas em escrever cartas para terceiros que não sabiam escrever. às vezes até liam, soletrando, mas não escreviam nadinha. Eu mesmo ecrevi muitas cartas a pedido de pessoas que não sabiam escrever. Ainda hoje, pasmem, volta e meia, continu atendendo a esse espécie de pedidos. Juro.

Mas o que desejo lembrar nesta maltraçada de doingo de manhã é lembrar utro tipo de cartas, as cartas que eram uma constante nos chamados anos dourados: as cartas de amor. Os de minha geração que viverm aquela época e namoraram naquele tempo. a maioria, escreveram e receberam diversas cartas de amor, naoa é verdade? Havia até uma músicaque falava nesse tipo de cartas, se não me engano era "Mensagem", aquela que tem aquele verso inesquecível: "Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão....". Era comum, era um costume, era praxe. Os amores não podia prscindir da troca de cartas. Mesmo que o par vivesse na mesma cidade. As cartas eram variadas. Havia a carta de declaração de amor; a carta aceitando ou descartando a declaração; a carya de rompimento do namoro; a cata reatando o namoro; a carta pedindo perdão por algum malfeito ou pisada na bola; a carta concdendo perdão. e ene variaçõesde caras de amor. A variedade era incrível.

Na minha opiinião pessoal, nada era mais difícil do que escrever uma carta de amor, uma carta original, frise-se. Era algo emotivo demais. Era algo que remexia com os nervos, era algo que se fazia à flor da pele.

Os que nao tinham talento e um resquício de vocação para a escrita recorriam aos amigos que sabiam escrever esse tipo de carta. Eu conheci um cara que era perito nesse arte epistolar (domingo temos que abusar de palavras chatas). Só muito mais tarde é que rasgaram a fantasia dele: o cara copiava as tais cartas de um livro. Descobriram isso quando ele, num lapso (mais uma palavra domingueira) imperdoável, escreveu para dois apaixonadas cartas idênticas para suas amadas, sem udar uma vírgula, apenas diferiam os noms das duas amadas. O specialista não teve o cuidado de mudar elo menos algumas expressões, enfeitar o naracá.

Mas o que valia era a emoção de receber uma dessas cartas, dava um friozinho no estômago. O namorado ia sempre lê-la escondido, trancado no quarto. Com muito cuidado tirava a cartinha do envoleopo e lia-a, relia-a, treli-a ene vezes até decorá-la. Muitas apaixonadas chegava a derramar algumas gotas de perfume no papel da carta. Um amigo recebeu uma carta em que colado ao papel veio u pedacinho do cabelo da amada. Mas isso era raro. O mais comum eram os desenhos do coraçao com aquelas flechinhas de Cupido.

A outra paerticularidade dessas cartas era a letra bem cuidada, caprichada, nos trnques. Os que tinham a caligrafia ruim se valiam de que tinham a lera boa. Outro detalhe: umamigo meu, um gozador, fez uma estatística estranha: segndo ele as moças menos bonitas tinham a leyra linda, enquanto as muito bonoitas tinham a lerta feia. stava certo? Ha controvérsias.

Porém, hermanas e hermanos, havia algo triste: era o rompimento de um namoro ou noivado. É que era praxe a devolução das cartas, aqueles papéis queridos, papéis que historiavam momentos de intensa emoção, viravam inza porue os enamorados que rompiam a relaçao quando recebia as carts de volta queimavam-nas. Juro.

Escrevi muitas catas a pedido de amigos e amigas, ainda hoje alguns lembram, dia desses um csal amigo trouxe os maços de cartas, cada um enrolado em fitinhas, todas elas, as dele e as dels escrita por mim. Reli algumas e enquanto ees riam, eu chorei. Chorei or saber que fiz lgo de bom, sempre digo aos dois que eles namoraram, noivaram e casaram embalados pelas minhas cartas, mas foram injustos, nao me chamaram para padrinho do casamento.

Vou ficando por aqui, sei que tratei de um assunto demodê, que carta hoje é algo absolutamente descartável e obsoleto. Admito, mas as cartas de amor que guardo, estas nao negocio e nem dou fim. Nunca. Agora vou ouvir duas músicas, uma com o Rei, uma versão, e a outra com Jonhy Mthis e Elvis letters love... Vou ouvir e lembrar o passado enquanto espero os irmãos para dar uma saida. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/11/2018
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