O grande desafio de respeitar as diferenças
O maior desafio para que uma relação a dois não apodreça é respeitar as diferenças de cada um. Isso exige uma paciência danada. Porque o nosso impulso muitas vezes manda a gente querer impor nossas crenças e ideias. Ter a capacidade de entender que cada pessoa pensa de um jeito e que é possível prosseguir junto mesmo assim é o desafio que fará o relacionamento caminhar em águas tranquilas ou num turbilhão sem fim. Sou casado há 26 anos. Sou judeu e minha mulher é mórmon. Não sou praticante e ela é, inclusive com participação bem ativa na sua capela. Ser judeu é uma linhagem, nasci do ventre de mãe judia, não foi uma escolha, apesar de me identificar bastante com os valores judaicos. Não frequento a sinagoga, no passado cheguei a ir regularmente, e levo a minha vida como tantos outros judeus desse mundo. Temos dois filhos que iam com a mãe na igreja e que deixaram de frequentá-la há algum tempo por opção pessoal e hoje, até onde sei, não professam religião alguma. Já tive atritos com a patroa por conta desse assunto (judaísmo X mormonismo) e hoje o tema não incomoda mais, cada um segue o que acredita e gosta. E tudo bem. A maturidade nos ensinou, por vezes a duras penas, a entender que, apesar de dormirmos na mesma cama há tanto tempo, somos criaturas distintas, com identidades distintas. Talvez seja justamente essa característica que nos mantenha casados, as diferenças possivelmente nos igualem enquanto casal que se ama e que quer prosseguir até onde der. O que importa de verdade é construir uma história comum da melhor forma. O resto, por mais importante que se pareça, fica em segundo plano.