Soneto de Vinicius e o espanto

Estou relendo meus poetas favoritos. Estou fazendo isso porque pelo andar da carruagem autoritária, depois que anunciaram a cassação de Paulo Freire, a censura ao Enem, a escola sem discussão de idéias, as ameças até à Folha de São Paulo, a pichação de FHC comosendo comunista de carteirinha e etce coisa e tal copletamente fascista, poe ser que se decrete a queimação dos livros de autores libertários,caso de Vinicius e tantos outros, então,antes da fogueira, vou lendo esses autores que estao sob ameaça do fascismo caboclo. Hoje de manhã li embevecido o "Soneto de Separação", que fala sobre o amor, mas pode ser lido de outra forma, do espanto que pode surgir de repente, nao mais que de repente... Vou transcrever o soneto do Poetinha:

Soneto de Separação

Vinicius de Moraes

De repente do risofez-se opranto

Silencioso e branco como a bruma

E das boicas unidas fez-se aespuma

E das mãos espalmadasfez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de tristeo que se fez amante

E de sozinho o quese fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

P.S. Por que esse time autoritário nunca fala de poemas, canções, obras libertáriias, não fala nem no amor. É estranho, mas nçao tão estranho. O fascismo detesta os oetas, pensadores, artistas. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/11/2018
Código do texto: T6496644
Classificação de conteúdo: seguro