Prefacio.

Você que começa agora a folhear o meu livro, vai perceber pequenos detalhes que coloquei dentro dos meus escritos; eu vivi parte do que está escrito dentro dele. Fui menino aguadeiro, buscando água nas cacimbas do rio Gavião, cuidando das criações que tínhamos que não era lá muita coisa, e de vez em quando via um vaqueiro apressado que vendo de relance mais parecia uma caricatura de gente, todo vestido de couro.

No mesmo instante ainda encoberto pela poeira um retirante, carregando quase nada; um velho chapéu de couro parar amenizar o quinturão do sol, nos pés uma alpercata de couro cru por ele mesmo feita, e batendo de lado uma cabaça com água barrenta para tirar-lhe a sede; no ombro esquerdo dois sacos, um jogado para frente o outro para traz amarrados entre si pra facilitar o trote.

Na mão direita uma vara de Velame pra espantar algum bicho. Deu-me apenas um "tarde", e foi se embora! Eu o vi sumindo como uma sombra pela vereda, até ouvir o batidão da cancela.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 04/11/2018
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