Joaquim Barbosa, Paulinho da Viola e Rubem Alves

Fim da noite sábado, estamos a poucas horas da votação no segundo turno da eleição para presidente. Sei e compreendo que a maioria dos eleitores esteja meio tensa, pincipalmente os que militam e se emplolgam com as campanhas, estão nervosas ou, como diziam lá no meu sertão, estão cortando linha zero.

No que me diz respeito, hermanas e hermanos, estou absolutamente tranquilo, numa boa, sem nenhum tique-tique nervoso. Digo isso porque estou em paz com a minha consciência, fiz a minha parte, não me omite e nem descambei para a baixaria. Mas disse o que pensava, sem pisar em ovos e sem medo e sem ódio.

Jamais vou me arrepender da minha opção, nem me envergonhar, nem dizer 'eu não sabia!' . Meu compromisso sempre fio e é com a democracia e a justiça social, contra os violentos, truculentos e aqueles que ayentam e querem atentar contra o estado de direito. Não, não abro mão de minha idéias e nem da defesa da democracia. Mas para lutar não reciso perder a ternura e nem a razão. Hoje admirei dois depoimentos francos, sóbrios, corajosos e verdadeiros de duas figuras marcantes do nosso país: o ex-ministro Joaquim Barbosa e o maior sambisa do Brasil em todosos tempos Paulinho da Viola.

Disse Joaquim Barbosa na sua conta no Twitter:

"Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivose negativos dos dois candidatos que restam na dusputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício dodireito do voto, u candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad".

Mestre Paulinho da Viola (respondendo sem dúvida a um candidato que disse que quilombola se pesava em arrroba):

"Negro não se pesa em arroba, se pesa em batuques, em melodias, pintura e livros, parra ficar apenas no mundo das artes.

"A tortura é absolutamente inaceitável. A maioria deve esteder a mão{à minoria. É por isso que estou abrindo meu voto. Amanhã votareiem Fernando Haddad".

Sei que há prognósticos indicando que a democracia pode sofrer um retrocesso. Ainda assim, ainda que esse absurdo se confirme, jamais vou perder e nem abrir mão da esperança, o sonho do homem acordado. Várias vezes, aqui neste espaço, lembrei uma reflexão do saudoso Professor Rubem Alves, vou relebrar mais uma vez porque ele indica e ilumina o meu caminho, mesmo que seja o mais difícil:

"Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. O otimismo é quando sendo primavera do ladode fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando sendo seca absoluta do lado de fora, cntinuam as fontes a borbulhar dentro do coração. Camus sabia o que era a esperança. São suas as palavras: 'E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível'. Otimismo é alegria 'por causa de', coisa humana, natural. Esperança é alegria 'a despeito de', coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grndes coisas. Sem elas ele morre. A esperança se contenta de pequenas coisas. Nas pequeas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo. Hoje étudo que temos, morangos àbeira do abismo, alegrias sem razões, a possibiidade da esperança".

Bem, vou fcando por aqui, seguindo o conselho doMestre Paulinho: "Faça como um velho marinheiro qe durante o nevoeiro, leva o barco devagar". Nunca vou me arrepender de votar em Fernando Haddad. Juro. Nao porque ele é do PT, mas porque é a opção que temos de salvar a democracia. Que Deus nos proteja. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 27/10/2018
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