microcônica- A TORNEIRA
O fato parece até bobo talvez porque simples, cotidiano, mas chamou-me a atenção porque até aquele momento não havia percebido essa possível associação entre pequenos objetos de atividades mais corriqueiras e a vida humana.
E um deles é a torneira.
Exatamente. Aquela coisinha mesmo que nos acompanha em tantos momentos aparentemente simples como lavar a boca, escovar dentes, as mãos, o rosto...
Hoje, pois, em mais uma atividade dessas, apertei uma delas no meu serviço, mas daquelas que se aciona por um tempo e autodesliga. (Todos sabem que chatice é esse tipo, mas não vou adiantar meu argumento final!).
Então, nesse momento, pensei se eu mesmo não deveria agir da mesma forma que esse objeto: só abrir quando fosse apertado e fechar rapidamente! Sim, rapidamente. Falar pouco. (Economizar, afinal é tão politicamente correto, não?)
Então, seria bom, deveria, pois, só falar quando fosse apertado e pouco.
Sim, há pessoas assim, por que eu não poderia ser dessa forma também?
Por que não economizar palavras?
De repente, lembrei-me da outra torneira, aquele que você gira e ela sai e não para até fechá-la.
Aí pensei: Eu sou essa daí e prefiro ser assim.
Enfim, cheguei a essa conclusão simples: a outra é chata, atrapalha até nas coisas mais simples do cotidiano, nas tarefas mais elementares. Incomoda e muito, não é mesmo?