Samba de uma nota só

Admito que estão tocando muito o samba de uma nota só, ou seja, o papo sempre descamba para a política e, não raro, há discussões acaloradas e nervosismo. Mas é preciso tentar manter a calma, afinal estamos na reta final, embora euzinho ache que nada se encerra om os resultados do segundo turno, seja lá qual for o rsultado. Não que vá ghaver contestação, mas o país está dividido e para se governar é preciso serenidade e o exercício da paciência e da democracia. Mais: não se pode governar sem entendimento e pacificação.

Sou um homem que cultva a esperança - o sonho do homem acordado. Sou daqueles que por mais escura que sejam as noiyes, como disse Dom Hélder, mais ela carrega em si a madrugada. Ha que se lutardentro da democracia, da Constitução, fazer o bom combate, nunca se submeter a nenhum tipo de intolerâcia e nem ditadura.

Estava há pouco relendo um livro de crônicas do saudoso professor pesqueirense Potiiguar Matos, o cara que me botou o apelido de D'Artagnan, e lendo uma das suas magistrais crônicas, "Os índios dançam", vibrei, mais auma vez, com um trecho dessa crônica que acho que cai como uma luva para o momento que vivemos:

"Guimarães Rosa disse que 'a liberdade só pode ser um estado diferente e acima'. Os tapuias desfecham flechas ervadas contra o céu. Sobe o grito selvagem na treva e na dor. Batem os pés. Tudo lhes pertence. A honra não, madame, diz o rei cavalheiro. Tudo se perdeu, madame, não a honra. A honra de uma nação é como o sol. Podem prendê-lo às montanhas. As nuvens podem velá-lo. Ele está lá. Caminha belo e doirado sobre os tapuias que bailam. Também ele baila e cabriolae pula e canta, carregando nas mãos a madrugada".

Viva a Democracia. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/10/2018
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