Bicho do Mato

Sou um cabra véio vivido. Conheci muita gente, pequei paca, bebi quase todas, me diverti à beça e, claro, fiz um monte de besteiras. Mas, juro, nunca me arrependi de nada. Repito: não me arrependi de nada, absolutamente de nada. Fa-lo-ia (para lembrar Jânio e Temer) novamente. Tá certo essa palavrinha ou extrapolei, devo estar errado porque não manjo nada de português, quis apenas bancar o engraçado. Coisa de véio caduco. É isso, se o tempo voltasse faria tudo outra vez, inclusive as merdas. Os amigos sabem que stou falando sério, Faria sim, tanto os pecadilhos como os pecados cabeludos. Eles fazerm parte da minha história, nunca quis ser santo, cidadão perfeito, exemplo de pirica nenhuma. Fui - e sou ainda porque não morri - um cabra irreverente por natureza. Jamsis viveria vestido numa camisa de força para bancar o véio exemplar. Sou mal comportado, tipo empata-samba, sepre discordando de tudo, dissidente, contracorrente, discordo de tudo que pe unanimide ou que se diz absolutaente certo. Jamais viveria sem o meu humor. a liberdade, a minha opiniao. Só não rio mais por causa d asma. Prefiro o papo vom os humides, pessoal das obras, porteiros, zeladores, garçons, lipador de carros, a massa... orro léguas dos chatos, metidos a importantes e saberotos.

A mim causa repulsa esses metidos a saberôtos com sua linguagem empolada, falando como se estivessem dando aula, fazendo conferência. São uns arrogantes, chatos de galochas e estão querendo ser celebridades em compotas.

Sou, sou mesmo um bicho do mato, matuto do beição, homem do povão. Não almejo nada, a não ser viver meu restinho de vida e deixar os outros viverem. E viver sem ter medo de ser feliz. Nem a ditadura, quando fui meio perseguido, conseguiu evitar que fosse feliz, a gente inventasempre um dribe, um toque, ua escapada.

Pois bem, mesmo sendo um bicho do mato, um mero matuto, nunca, jamais e nem em tempo algum limpei as botas de um militar e nem a toga de um figurão da justiça. E nem de um poderoso. Sempre achei - e acho - que não têm nadaq mais que eu, que o poder e o mando são algo ilusório. Não, não tenho do de soldado, cabo, tenente, general, uiz, ministro e nem podroso nenhum. Medo, hermanss e hermanos, só tenho de alma do outro mundo, assombração, barata e mulher braba. a minha tenho medo que me pélo. Mas de outro homem, tenha ele a patente que tiver, não tenho nenhum medo. Nunca tive, e agora véio e ainda mais arengueiro é que não tenho mesmo. Medo é manha e cara feia é safadeza. Respeito é uma coisa, suserviência é outra coisa.

ei que esta maltraçada saiu meio confusa devido à ressaca, saí com uns amigos e tomamos umas lapadas. Não sou de ferro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/10/2018
Código do texto: T6485335
Classificação de conteúdo: seguro