Ah, o pecado, como é gostoso!

Acordei há pouco, como estava sentindo uma coceirinha na garganta dei logo uma cafungada na bombinha que nao sou besta se ser vitima de uma fake news da asma. Hoje quebrei o regime, contrariando a família resolvi ir com alguns amigos comer uma feijoada nos trinques, daquelas que anão tem nada light, tão ligados? Tava divina, acompanhada, claro, por uma cachacinha Pitu Gold. Muita música, especialmente sambas e, of course, o cascatear de lembranças do passado. Feijoada completa só com as recordações dos bons tempos quando a gente era feliz e não sabia. Detalhe: foi uma feioada apolítica, tinha mortadela, coxinhas, comunistas, direitistas, eleitores de Haddad. de Bolsonaro e até alguns mais radiciais que vão anular o voto. Mas não houve, juro, na pauta o assunto política. Milagre? Penso que sim, mas, na verdade, senti falata de um arranca-rabo porque feijoada completa tem que ter algum tipo de confusão.

Por incrível que pareça p que mais se comentou foi o tema pecado. Sim, pecado. Muitos lembrando da obsessão que se tinha no passado em torno do pecado. Tudo era pecado. Diziam até que se uma moça usasse o sanitário usado por um homem poderia engravidar. Juro. Mas o que se lembrou sobre o tema foi o acontecido com um irmão meu. Na época tinha uns 15 ou 16 anos, era músico e paticipava de um conjunto que fez muito sucesso no interior, "Os Lords", naquela alinha dos Incríveis. Esse irmao eu era ótimo viololista e também cobrão no baixo. Como era muito conhecido e o ginásio das freiras estava querendo ensinar violão a algumas moças, a diretora o convidou, mas as alunas exigiram que ele desse as aulas com a roupa do conjunto. Ebtão toda vez ele ia a um quarto no primeiro andar do colégio e vestia a fantasia (ridícula). E ensinava, dava as aulas, e faturava uns trocados. Ia tudo bem, mas em todo grupo de moças há sempre ma mais sapeca, por sinal que morava perto da casa da gente, um dia ela, depois da aula, pediu emprestada a farda do conjunto, foi lá dentro e vestiu, depois pegou o violão e começou a imitar o meu irmão. Ua freira muito radical e preonceituosa vu a cena e armou o maior escândalo. Gritava bem alto que a moça incorrera num pecado mortal e que podia até engravidar. Juro. A religiosa urrava, berrava, uivava, ficou mesmo em surto. Com dificuldade a diretora e outras religiosas a acalmaram. Mas adeus aulas de violão. E a aluna pegou uma suspensão. Estão rindo? É verdde. Ainda hoje se fala no episódio, a vestimentada tarada.

Mas vou aproveitar essa ressaca da feijoada, para falar um pouco sobre o pecado. Gosto de uma frase de Clarice Lispector: "O pecado me atrai, o que é proibido me fascina". Tambpem acho arretado o que disse Bob Marley: "Se amar fsse pecado, o cpeu estaria vazio".

Vejam bem, o pecado, na área do amor, foi criado para amendrontar as pessoas em relação à prática linda dos jogos amorosos. E essa criação do medo, foi uma obra medoanha das religiões.

Durante muito tempo, pasmem, as religiões,sobretudo a católica, diziam que só se devia fazer sexo para fins de prociração, nunca apenas por prazer. O sexo era tido como pecaminoso. Mas por debaixo dos panos (e como havia panos) muitos membros proeminentes das reigiões deitavam e rolavam curtindo os przeres do sexo, inclusive, o mais grave e criminoso, assedando rianças e adolescentes.

Para mim pecado é maldade, é desfarçatez, frieza, egoismo e hipocrisia. E imoral, estu com Saramago, é a fome.

Por fim, nada como citar Anatole France: "A religião prestou ao amor um grande serviço, fez dele pecado". Ou como disse Rita Lee numa musica: "Amor é prosa, sexo é carnaval".

Ah, o pecado, como é gostoso o pecado. Inté.

P.S. De vez em quando precisamos ignorar a política. Feioada e sexo podem substituí-la, rsssss. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/10/2018
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