Vivandeiras de Quartéis

Quem é mais velho, meu caso, tem pelo menos o privilégio de recordar o assado. Eu adoro. Recordar é viver, disse o poeta. Eu me lembro, por exemplo, que em meados dos anos 50 havia uma expressão para designar os políticos golpistas que viviam visitando e adulando os militares, defendendo uma insurreição e deposição do governo constitucional. Era o governo Vargas. Chamavam esses políticos que engraxavam as botas e coturnos dos militares, "Vivandeiras de Quartéis". Um apelido arretado. Ficou popular, e os apelidados ficavam pê da vida.

Pois bem, eles estão de volta. Nunca vi tantos políticos, inclusive até alguns malsucedidos nas urnas, estarem tão excitados, num frenesi incrivele num frisson fora de série bajuando os militares. Poderiam até ganhar mais uma patente, de vivandeiras passar a ...., mas deixa pra lá, tão ligados? É muito ridículo. Tem mais: algumas vivandeiras ou (tão ligados?) estão sendo descartadas, repudiadas, rejeityadas. Devem estar muito rodadas. Devem ter sido diagnósticadas com fadiga de material. Vão ter que sossegar as piriquitas e guardar as bolsinhas.

Uma coisa é boa na velhice, hermans e hermanos, é que apesar dos achaques da idade (eu tenho vários) uma coisa é divertida, a gente vê os acontecimentos e sabe que já viu algo quase idêntio antes. As vivandeiras de quartéis ou (tão ligados?) são um exemplo. Há pouco li um texo de 1956, de Octávio Malta, sobre este tema, num exemplar do "Última Hora" que está plástificado e é uma das sobras dos meus guardados que jogaram fora.

Há pouco tempo um ministro civil, fdo goveerno golpista, deu um beijo na testa de um general. Hoje ele poderia...., calá-te boca. Mas é muito triste constatar políticos engraxando coturno e botas de militares, batendo continência e limando dolmãs. Ah, Brasil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/10/2018
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