Meu Patropi

Neste final de sábado, faltando apenas algumas horas para o início da votação (vou votar logo cedo, vona Faculdade Damas, vizinha do pr´dio onde moro), estou absolutamente tranquilo. Tudo bem, ha muita tensão no país, mas eu sou um velho que já vivi muchas emociones, votei paca, presenciei, vivi, sobrevivi e, portanto, não me espanto fácil com nada. Mais: acho que sempre haverá um amanhecer, suceda o que suceder, sempre haverá, repito, um novo amanhecer. Não há nenhum motivo para um véio como eu ficar em êta. Sou assim, acredito no amanhã. E priu.

Vamos, pois, ao cerne (gostaram da palavrinha chiquê de véspera de eleiçaão?) desta maltraçada.

Nunca fui chegado às cabriolas civicas. Nunca me vesti de verde amarelo (há alguns que se fantasiam assim e ficam parcendo o Louro José). Também, pasmem, nunca decorei a letra do Hino Nacional, além de ser desafinado, acho a letra horrível. Não, não gosto de hinos, prefiro outro tipo de música. Acho essas exarcebações cívicas algo ridículo, sazonal, enceñação. Civismo é algo uito diferente desses arrotos de patriotada.

Mas amo o meu patropi. Amo meu país, seu povo, sua cultura, seu folclore, sua diversidade... Não saberia viver fora do Brasil. Sei que atravessamos um momento difícil, os ânimos estão exaltados, há muita raiva, rancor e ódio, inclusive ódio de classe, algo absolutamente nojento. Mas isso vai passar. Juro. Deus é brasileiro. Acredito nisso. É por isso que ainda estamos unidos, que não houve nenhum movimento de secessão.

Fico aqui no meu cantinho tranquilo, balançando nua rede branquinha e velhinha do Ceará. Fiz e faço a minha parte, dentro das minhas limitações, pouca coisa, quase nada, mas tenho a consciência tranquila,não fomentei ódio, raiva, rancor. Naocaluinei ninguém, não difamei, nao extrapolei, tentei coniver com civilidade, mas com a minha maneira de ser, sem perder minha ternura e humor jamais. Sou um homem que não sabe viver sem cultivar a ternura e a franqueza, nem o humor, Sou também, como disse Sílvio César, um homem que ainda acredita no amor. Sem isso a gente não consege chupar direito sequer um pirulito.

Faço votos para que todas as hermanas e todosos hermanos votem segundo sua consciência, votem sem medo e sem ódio. Votem pensando no nosso patropi e nas novas gerações, votem contra a violência, pela paz, pela harmonia, por um país mais justo e mais fraterno. Por um país livre, livre de qualquer aventura que fira a Consituição. Que se respeite o o votoe o resutado das eleições, seja qual for. Sem voto e sem respeito a ele não há democracia.

Como me dou muito e com todos, respeito a todos, pensem como eu ou diferente , que antes de votar leiam o poema "Pátria Minha", de Vinicius de Moraes, um dos melhores poemas do poetinha e de toda a poesia nacional. Leiam e reflitam. Vou apenas transcrever um drops, ou seja, um pedacinho dele:

"Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa/ Que brinca nos teus cabelos e alisa/ Pátria Minha e perfuma o teu chão.../ Que vontade me vem de adormecer-me/ Entre teus doces montes, pátria minha/ Atento à fome nas tuas entranhas/ E ao batuque no seu coração".

Feiz voto ara todos. Que Deus proteja nosso patropi, Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/10/2018
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