Um tiro na madrugada

Ainda dando uma pausa na política, e exercitando minha memória, vou contar mais um causo da minha terra, este trágíco demais porque envolveu uma pessoa de minha família.

Ninguém foge ao seu destino, parece que é um verso de uma musica antiga. Uma verdade, sem dúvida. Acredito no destino. Tudo bem, sei que é algo esquisito, fora da curva, sem logica. Mas, repito, acredito no destino. O que tem de ser, será. Não adianta precaução. O destino traça as suas tramas, as peças, o baralho da vida.

Desde menino acredito nisso. E uma das causas dessa crença na fatalidade, no destino, foi a morte de um primo. Eu devia ter no m´xio uns dez anos. O primo vitima da trama do destino devia ter quase trinta. Era muito querido pela nossa família, como era órfão de pai, foi criado pelo nosso pai, como o filho mais querido. Trabalhava numa farmácia, era gerente e aplicava injeções. ra também boêmio, cantor, figura solidária e muito querida pelo povo. Por todos, tanto por um lado da política como peo outro. Era uma espécie de unânimidade. Era um figuraça.

Devido à boemia sempre brigava com a esposa, ela retaliava sando de casa e levando as filhas para o Recife para casa da sua família. Isso se repetia. Ele passava uns dias triste mas sempre ia buscá-la e urava para a boemia. Mas o juramento era sempre rompido.

Numa dessas crises, ela foi para o Recife com as filhas, e ele num final de semana, numa sexata-feira se preparou para viaar no sábado bem cedinho na marinete, ia buscar sua família. Foi dormir cedo da noite, não em casa, mas num quartinho da farmácia porque ficava perto do ponto da marinete. Acontece que às onze da noite os amigos bateram na porta da farmácia e, mesmo com os protestos dele que iria viahar be cedinho, levaram-no para o cabaré, afirmando que riam apenas tomar umas e outras e o trariam de volta a tempo dele tomar a marinete. Ele foi, protestando, mas foi, atendeu os amigos.

Fram para u certo castelo na zona. Lá começarm a beber na cmpanhia de várias mulheres, naquela base. Acontece que um dos amigos do meu primo, o que mais se empenhou em levá-lo para o cabaré, tinha uma desavença com um soldado de polícia por causa de uma mulher, uma das que estavam no castelo. O soldado ficou tocaiando o sujeito num canto escuro nas imediações do castelo. Detalhe: esse soldado se dava muto nem com meu primo, ele tinha uma doença e sempre necesitava tomar injeções, quem aplicava era meu primo. De madrugada abriraram a porta da frente do castelo, o soldado entao sacou o revólver e quando olhou quem saía confundiu meu rio com o desafeto e atirou. O tiro, pasmem, acertou o coração de meu primo. Uma das mulheres disse que ele caiu pronciando o nome de uma das filhas. Morreu na hora, a dona talvez tenha imaginado, mas ele morreu sorrindo, isso é verdade.

Dizem que ate morrer esse soldado nunca se erdoou. É o que contam. Mas na minha opinião nada mais foi do que uma peça pregada pelo destino. Não, não culpo a boemia. Nunca a nossa família esqueceu esse fato. Ainda hoje, decorrido tanto tempo do assassnato do meu primo anda lembramos desse golpe do destino. Das traças do destino. Ningupem foge ao destino. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/09/2018
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