"Meu nome é Gal!"

Amanheci hoje apolítico, nem os jornais li, nem sequer liguei o rádio, resolvi dar um passeio na rua, espairecer olhando as coisas, principalmenteas crianças, animais, plantas e o povão rindo e contando piadas. Tomei uma água de coco e quase meio-dia tomei três bicadas de pitu irando o gosto com pedaçsos de caju, depois voltei para casa, almocei o arroz integral e um fiapo de carne grelhada e auma tomate, dei uma respirada, descansei meia hora e depois fui rascunhar minhas maltraçadas, e esta foi motivada por uma mania.

Fui rever umas fotos antigas, dos anos 70, algumas tiradas em Fortaleza quando foi pela segunda vez fazer um curso no Banco do Nordeste, parece que de crédito industrial (não gostava dele, preferia o rural). Numa das fotos estou com um colega que era muito divertido, um paraíbano, á falecido. Lembrei na hora que nem caldo de cana de um causo que tomamos parte mo aeroporto de Forteleza. Estávamos esperando a hora do vôo de volta para Recife, de lá ele pegaria ônibus para a Paraáiba, acho que Campina Grande, e eu para Pesqueira.

Faço um parêntese para esclarcer que era, salvo engano, começo dos anos 70, e Gal Costa estava bombando mesmo. Eu era fã dela, mas esse colega era muito mais, era arriado os quatro pneus. Era um fascínio impressionante. Era sua musa absoluta. Ee sempre dizia minha Gal. Juro.

Bom, a gente estava ali esperando o avião e notamos que ainda falatava mais de meia hora, então resolvemos tomar uma cerveja ou umas lapadas. Deos uma volta e eis que vinha chegando uma moça baixinha, vestida num vestido tipo de indiana, muito simples, sem batom e nenhum outro creme, o cabelo enrolado cmo tranças, usando um óculos tipo fundo de garrafa, calçada em sandálias de couro comum, séria e sem nenhuma afetação, acompanhada de um cabeludo e outro cara que levava às costas um viol~çao ou guitarra numa caixa, ainda empurrava um carrinho com bagagem. Notei que era Gal Costa, sou muito bom em fisionomia. O colega não notou, então eu disse a ele rindo: - Cabra véio, essa que passou é a tua musa, a tua Gal. O cara não me levou a sério e afirmou: - Deixa de frescura, como é que essa bichinha que passou, toda dessarumadinha, pode ser a minha Gal Costa? Detalhe: eu já tinha visto Gal em show, ele não. A Gal que conhecia era da tevê e da capa de discos e da sua imaginação. Insisti: - É Gal Costa, bicho! Ele arretou-se saiu atrs dela, eu fiquei de lado, ele disse a ele; - Descupe, moça, diga a mim qual é a sua graça, por favor. Acho que devido a ele ter falado a palavra graça em luar de nome, a grande cantora começou a rir. Elese encabulou e avançou: - Esse aí - me apontou ´disse que você é Gal Costa, é? Ela respondeu: - Sou como você disse, Graça. E então rindo cantarrolou a música: - Meu nome é Gal!... O sujeito ficou de bca aberta, ela foi embora seguida elos seus acompanhantes.

Tomamos ligeiro duas doses de uísque e ele dizendo: - Como é que pode, rapaz, essa ser Gal Costa? xpliquei a ele que as pessoas no palco, na tevê, nas caps dos discos aparecem maquiadas, mas que ele do eito que passara era linda, real, a nossa Gal Costa. Ele riu e concordou: - É, é a minha Gal, devia er edido um autógrafo. Aenas lembrei a ele que quando ela fosse a João Pessoa ou Campaaina Grande aroveitsse para pedir. Nunca esqueci da cantora rindo ter aturdido o fã cantando: - Meu nome é Gal! Gozou o cara. INté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/09/2018
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