Minha Imaginação!
Chegara o grande dia e o sossego estava a nossa espera. Era uma tarde de sol e o oceano enviava por meio do ar o seu rocio que chegava sem odor ao nosso novo aposento. Pouca era a mobília do apartamento localizado no 4º andar do prédio repleto de convites à ventura. Havia uma cama, uma televisão, um sofá, um fogão e uma geladeira. Nossas roupas foram deixadas no quarto vazio que aguardava os demais móveis que estariam por chegar. Entretanto, o que mais interessava a nós era a mansidão daquele lugar cercado de matas e mar. O gosto da estreia estava por todos os lados: no café, no banho, no jantar, na cama,... Eu poderia ainda listar dezenas de debutes daquele precioso momento que durara algumas horas antes de fecharmos os nossos olhos quase em sintonia.
A noite se tornara testemunha dos dois mais belos sonos, pois ela nos observava a nos transmitir abanos com sua ventania que balançava os galhos das palmeiras gigantes ao redor do condomínio a nos encolher e a nos fazer envolver.
O sol despertara somente o meu repouso e apresentava as nuvens brancas no claro lindo dia. Meu olhar ficara a mercê das imagens do céu e eu ficava a ver o aglomerado de gotas empurrado pelo vento a se formar em criaturas de minha mente:
Eu assistia a uma carruagem lotada de algodão doce, uma senhora de cabelos carapinhados brancos, um poodle gigante e tantas outras figuras que se desfaziam no ar. Essa fora a resposta da natureza que através de um dos seus adereços, me dizia:
“Quão bela é a sua imaginação”