Fascínio pelo poder

Assim que cheguei do supermercado cansado e quase um molambo, o neto foi logo dizendo: - Véio, rascunha logo tuas besteiras que eu preciso digitar logo porque vai faltar energia a partir de um da tarde, só volta à notinha. Aos trancos e barrancos fui rascunhar, sem nada em mente, aí aproveitei uma anotação que havia feito numa caderneta e elaborei esta maltraçada e depois a seguinte, obedecendo àd cicas da caderneta. Vamsos a primeira.

Com certeza o poder dascina, deslumbra e inebria; e pode ainda enlouquecer um monte de gente. Por ele brigam, lutam, duelam e, claro, renunciam grande parte da consciênia, princípios e brio.

Mas há que se refletir: - Será qwue n~çao há, dentre ps que se degladiam pelo poder, os que realmente são idealistas e estão lutando apenas por vocação e imperativo de consciência? Será que não há os desrendidos, dispostos ao sacrifício, iluminados pelo ideal de servir ao povo e à páteia? Sei lá, Mangueira, não sei.

Fica difícil saber. O que se sabe é que o poder é tentador. E deve ser mesmo algo muito bom porque é grande o número dos que se acham vocacionados para ele. Sabem que vão abrir mão de sua privacidade, tranquilidade, paz, que o salário não é tão alto, que vão enfrentar toda sorte de críticas, mas assim mesmo não hesitam em lutar pelo poder, em se manter no poder. A maioria, pasmem, dá um quarto ao diabo em troca do poder.

Que fique claro que essa tesão abissal pelo poder não é algo recente, mas que existe desde que se formarm os primeiros agrupamentos humanos. Existe em todos os países a gana pelo poder. Faz parte do show da humanidade. Do show tipo ópera bufa.

Sabemos que há países onde a luta pelo poder émenos renhida e mais civilizada. Admito que aqui no nosso país ela aé mais fétida, imoral e nojenta. Mas mesmo nos países ditos civilizados h´pa o fascínio exarcebado pelo poder.

Sao raros os gestosde renúncia ao poder. Alguns são apenas renúncias tipo simulacro, tipo a de Jãnio, ou forçada tipo a de Nixon. Mas houve um rei, pasmem, que renunciou à coroa, na Inglaterra, asmem outra vez, por amor, por uma mulher. Não sei o nomedo rei, mas havia um professor de história no ginásio que gosava de contar esse fato. E houve também outro grande gesto, este muito triste, o de Getúlio Vargas, que atirou no peito, suicidou-se para evitar um golpe de direita, conseguiu seu intento e saiu da vida e entrou para a história.

Não gosto do poder, detesto o poder. Odeio o poder. Mas concordo que todos dependemos de alguma forma do poder. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 03/09/2018
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