Escrever: prazer e vicio

Escrever para mim virou um prazer arretado, uma espécie de vício prazeroso. Adoroescrever minhas maltraçadas, mesmo sabendo que elas não têm nenhum valor literário. Mas é um exercício que me satisfaz, que me deixa contente, bestinha.

Gostaria de escrever apenas sobre as coisas do cotidiano e os meus causos do sertão/agreste (um amigo me chamou à atenção, Arcoverde é sertão, mas Pesqueira é agreste), reminiscências, presepadas e curiosidades da região. Não, nao me causa satisfação escrever sobre política. Não riam, please, é verdade. Não é a minha praia (devia dizer açudeco ou barreiro). Só escrevo sobre política por causa, juro, de um imperativo de consciência. Para anão me omitir. Tenho certeza que já dei a minha contribuição. Explico: há mais de 30 anos que escrevo sobre política, mesmo sabendo que me sairia muito melhor noutra área, Vou até confessar algo: houve um tempo na minha região que só eu escrevia sobre política, Se parasse não haveria textos políticos na região. Assim, mesmo sendo um mero escrevinhador, medíocre e carente de cultura, entendi que não podia me omitir. Era a única voz, ou única pena. No rádio e nos jornais da região. Tudo bem, havia quem louvasse a ditadura, mas combater não havia. Tive que assumir um encargo mesmosem possuir vocação e nem prazer nesse tipo de escrito.

Neste momento de crise continuo escrevendo sobre política, mas, repito, motiivado apenas pelo tal imperativo de consicência, mas a minha vontade era tratar de outros temas. Dizem (que disse me parece, salvo engano, foi Aristóteles) que o homem é um animal político. Acredito, mas esteanimal véio embora tenha seu lado, sua bandeira, sua ideologia, não escreve sobre política por prazer, mas por senso do dever. Te mais, só não parei ainda porque se parasse me sentiria um covarde.

Por outro lado, tenho a mais absoluta certeza, que o Brasil não só é um país que não é sério, mas um país diferenciado, ele marcha e avança ou recua seguindo uma certa lei da inércia que lhe é peculiar. Muita gente escreveu sobre o Brasil, cientistas sociais,antropólogos, sociólogos, sábios, Josué de Castro, Gulberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda Darci Ribeiro, Nelson Werneck de Castro, Milton Santos, Darci Ribeiro, Raimundo Faooro, Oliveira Lima e o escambau de medalhao da cultura, mas nenhum explicou de fato o Brasil. É missão impossível. Mas uma coisa é certa: se a classe política e a casa grande e banqueiros, aliados ao capitalismo não conseguram destruir o país é porque, hermanass e hermanos, Deus é brasileiro.

Escrevo, creaim, por prazer e, caro, por vício. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/08/2018
Código do texto: T6430739
Classificação de conteúdo: seguro