Moranguinhos da Esperança

Sem nenhuma dúvida vivemos um momento muito difícil e, com certeza, desalentador. É como se estivessemos sobre um fio de uma navalha ou à beira de um abismo. Ninguém pense que está seguro, nem trancados nos condôminios de luxo. Há no ar mais que aviões de carreira.

Mas, mesmo assim, não podemos torcer para o pior, torcer para o circo pegar fogo. Não podemos, pelo amor de Deus, perder o que snos resta de esperança - o sonho do homem acordado. Perder esse estinho de esperança seria renunciar à vida. Sempre recordo da advertência de Cronin: "O inferno é o lugar onde perdemos a esperança". Não, não podemos optar pelo inferno.

É preciso lutar. Mais que nunca é preciso luta. Lutar e combater o bom combate. Acho, hermanss e hermanos, que enquanto houver uma possibilidade de se avançar, de buscar uma saída, de tentar dar a a volta por cima, devemos tentar, acreditar, lutar.

Jamais defenderia o indefensável que é pregar o otimismo babaca, a saída desmoralizada de trocar seis por meia dúzia. Não sou hipócrita. Otimismo babaca só agrava a situação de penúria do povo e as inustiças. Asolução é lutar para que seja ouvida a voz do povo, a voz das ruas, o desejo de amaplas camadas do povo brasileiro. É preciso transformar o restinho de esperana numa bandeira de luta.

Nada como voltar a lembrar um texto do saudoso Rubme Alves:

"Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. O otimismo é quando sendo primavera do ladode fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração. Camus sabia o que era a esperança. São suas as palavras: 'E no meio do inverno eu descobri dentro de mim um verão nvencivel'. Otiismo é alegria 'por causa de', coisa humana, natural. Esperança é alegria 'a despeito de', coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas ele morre. A esperança se contenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo. Hoje é tudo que temos, morangos à beira do abismo, alegrias sem razões, a possibilidade da esperança".

Viva a possibilidade da esperança. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/08/2018
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