Coisa-Feita

Era 1974, no tempo da ditadura. Havia na cidade um grupo de moças que gostavam muito de ler e que haviam pertencido a um movimento da social da Igreja, interrompido pela ditadura, As moças se interessavam muito pelos estudos sociais e, naquele momento, apesar do desalento devido ao arbítrio, estavam querendo aprofundar um estudo sobre "terreiros". Na cidade havia um desses "terreiros", mas repudiado pelo povo que dizia que era centro de macumba. Mas a curiosidade e desejo delas de conhecer o local era mais forte. Mas precisavam de alguém para as acompanhar ao local.

Nem precisaram pensar muito no acompanhante porque havia um conhecido delas que era adepto do socialismo. Mais: esse sujeito tinha uma "quedinha" por uma das moças, sempre olhava para ela com olhos piongos.

Consultado sobre a possibilidade, ele topou na hora. També, pudera!, porque a moça que fez o convite foi justamente aquela com quem sipatizava demais. Mas ela nao dava nenhuma bandeira. valorizava o passe, mas quaquer bom observador notaria que ela tambpe tinha uma quedianha pelo rapaz.

Tudo acertado, no dia marcado, à noite, as oças encontraram o rapaz ana praça. A noite estava linda, estrelada, e ua uma enorme fazia cabriolas no céu. Uma das moças disse que era um "feitiço da lua". O luar iluibnava até os becos escuros como se fosse lâmpada fluorescente. Saira a pé na noite bellíssima. O terreiro ficava distante, mas caminhavam satisfeitos, noves-fra nervosismo. O rapaz não tirava os olhosda moça, não olhava nem para a lua que, repito, fazia cabriolas no céu. Antes de encontrar as moças tomara três doses de Rum Bacardi com Coca-Cola para estabilizar os nervos e, quem sabe, tentar se declarar para a moça, Ele sentia que ela nao lhe era indiferente. Segia conversando com as oças mas sempre de oho na sua preferida que andava ao seu lado e, para sua alegria, ria e conversava muito co ele; talvez, pensou, motivada pela beleza da noite e pelo susense da aventura.

...E chegaram ao local. A primeira surpresa é que nao se tratavade u terreiro propriamente dito, mas de uma casinha simples situada quase fora do perímetro urbano. Numa saleta, algumas mulheres cercavam uma muher jpa adentrada nos anos que fazia gestos estranhos como se estivesse se requebrando ou tremendo, pronunciandofrases desconexas e inintelegíveis, e, de vez em quando, gritava alucinada; às vezes parava e fitava as pessoas com os olhos grelhados quase soltando da órbita, aí gargalhava. Quando começou a ficar mais "entusiasmada" deram a ela um copo de cachaça. Ela tomou de vez aí rodopiou várias vezes e entao desmaiou. Quando acordouestava faando fino coo falam alguas velhas, nem parecia a aucinada de antes, balbuciou perguntando onde estava... A "sessão" terminara. As moças ficarm meio frustradas. Acharam que o ritual fora muio acanhado e mixuruca. Nem de longe lembrava o dos terreirosde candoblé dos romances de Jorge Amado. Haviam, pensavam, apenas prsenciado uma sessão do chamado baixo espiritismo (o rapaz discordou, achou discriminação). Mas como era gozador disparou: - Ficaram com medo da macumba? Riram. Detalhe: na hora que a mulher começou a se agitar com mais intensidade, a moa seguroua mão do rapaz, dizendo baixinho que estava com medo. Ele adorou.

Voltaram pelo mesmo caminho, cnversando sobre o "ritual", rindo, aquela conversa tipo tapioca mordeu beiju. Uma delas disse que era melhir esquecer a "experiência" e ficar apenas idealizando os terreiros doescritor baiano. Notaram que a lua havia fugido co o luar, restavam apenas algumas estrelas solitárias no céu. A noite belíssima desaparecera porque a lua fora ofuscada pelas nuvens. Chegaram então à parte escura do caminho. Uma das moças caiu na besteira de embrar que os mais velhos diziam que naquele trecho do caminho, em noites mas escuras, corria u lobisomem e apareciam alas penadas. Foi as contas: as moças tremeram nas bases e apressaram o passo, mas o rapaz e a moça com quem ele simpatizava anto,não fizeram o mesmo. Pelo contrário: caminhavam devagar, sem dar a mínima para o lobisomem ou alma penada. De vez em qando um dos dois dizia alguma besteira, não havia necessidade de palavras porque, mesmo no escuro, seus olhos flavam aquilo qe o coração ordenava. Em dado moento ele tocou a mão dela e segurou-a; ela gostou, continuaram andando de mãos dadas, aí quando chegaram a um local que estava num escuro total, a fraca luz do poste estava queiada, ele a abraçou e beijou, ela assimilou ardorasamente. Repetiram o beijo, então ela tlvez por necessidade de dizer algumas coisa lhe fez auma pergunta que não merecia resposta: - Por que você fez isso? Rram à beça. Continuaram andando afora enlaçados, aí notaram que as outras moças a iam muito adiante, entao resolveram apressar o passo, chegaram à praça ofegantes, as moças estavam sentadas nos bancos descansando, a sessão do cinema já terminara, era sinal que precisavam chegar logo em casa. Quando vira os dois enlaçados não aparentarama nenhuma surpresa, sabiam que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde. Apenas uma delas disse sarcástica: - Se acreditasse em terreiro em diria que foi "Coisa-Feita", mas acho que o caso de vocês ja estava - apontou para o restinho de estrelas no céu ´escrito nas estrelas. Riram e foram para casa.

O rapaz foi levar a moça em casa como se aquilofosse a coisa mais natural do mundo,algo que iria virar um ritual. Ela penas pediu que ele a deixasse perto de casa, precisava preparar o terreno, essas coisas de antigamente. O rapaz cocordou, concordaria com tudo. Estavam ambos felizes e sabiam que além da lua, das estrelas, das moças, da atração de um pelo outro, tinha havido também u empurrãozinho da "aventura do terreiro". Em resumonão desprexavam a teoria da "Coisa-Feita".

No lugar que ee a deixou, na frente de um casinha que tinha um jardinzinho, havia um rádio tocando e ele ouviua voz de Elizeth Cardoso cantando a música de Vinicius e Tom: Eu sei que voute amar, incrível a coincidência, se despediram e ele ficou vendo-a andar até sua casa, antes de entrar ela acenou para ele. O rapaz então ohou para o céu e viu as estrelas solitparias brilhando. Pensou que elas estavamtão felizes qanto ele. Nunca esqueceria aquela noite. Fora meso "Coisa-Feira". Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/08/2018
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